Para CBIE, Belo Monte pode se tornar ‘herança maldita’

A usina hidrelétrica de Belo Monte, leiloada hoje pelo governo federal, pode se tornar a “herança maldita” do governo Lula para seu sucessor, disse o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. “Acho que a teimosia do governo em fazer este leilão a qualquer custo para não prejudicar eventualmente a candidatura da ex-ministra Dilma pode ser uma pedra no sapato do próximo governante”, disse, argumentando que a tarifa oferecida pelo vencedor do leilão vai “pesar sobre os ombros” das estatais.

Pires disse que a vitória do consórcio Norte Energia, com participação da Queiroz Galvão e liderado pela Chesf, mostra que não há sustentação na base de preços oferecida, já que os principais responsáveis pelo projeto (Camargo Correa e Odebrecht) ficaram de fora da disputa quando o preço ainda estava na casa dos R$ 83 o MWh. “Este último consórcio se formou no apagar das luzes e com grupos que nunca estudaram a obra. Porque se tivessem estudado teriam manifestado seu interesse antes”, comentou.

Relembrando a série de surpresas que marcaram a trajetória da organização do leilão de Belo Monte, o diretor do CBIE disse que a vitória do consórcio é apenas mais uma delas, mas “nem de longe será a última”. “Tivemos a surpresa da saída da disputa de seus principais projetistas, depois o exagero de benemesses do governo, depois o surgimento deste novo consórcio e agora sua vitória. Pode estar certo de que muitas outras surpresas, inclusive jurídicas, tendem a vir por aí”, disse.

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