O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Sebastião do Rego Barros, informou hoje (3) que a Petrobras lhe garantiu que manterá o abastecimento de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de botijão. A empresa vem ameaçando reduzir as importações, que representam cerca de 20% do consumo nacional, o que poderia provocar problemas no abastecimento, segundo distribuidoras.
?Em nenhum momento me passou pela cabeça que uma empresa como a Petrobras tomasse uma decisão com essa sem certeza de que o abastecimento será garantido?, afirmou Rego Barros. Segundo ele, executivos da Petrobras lhe disseram por telefone que iriam manter as importações.
Hoje, ANP, Petrobras e distribuidoras se reuniram para discutir a questão das importações do produto. Até o fim da tarde, a reunião ainda não havia terminado. A estatal vem sinalizando desde agosto que pretende deixar de importar o produto para que as distribuidoras o façam. As empresas, porém, alegam que não têm condições de fazê-lo. No cerne desta disputa está o prejuízo que a Petrobras vem registrando por não poder repassar ao mercado interno o aumento nos custos do gás importado.
O diretor-geral da ANP reconheceu que, com o controle nos preços do botijão de gás, as importações se tornam inviáveis. ?Está se praticando preços no mercado interno inferiores aos do mercado externo. No momento, preço é empecilho às importações?, afirmou. Ele disse, porém, que o modelo do mercado de petróleo prevê que outras empresas passem a importar produtos também, além da Petrobras.