Para a indústria, restringir crédito é erro de avaliação

A idéia do governo, de dar um freio no crescimento do consumo, restringindo a expansão do crédito, foi criticada por representantes do setor produtivo. Medidas que estariam em estudo, como a limitação dos prazos para financiamento de automóveis, não se justificariam, na opinião da maioria dos empresários. Eles alegam que não há indícios de superaquecimento da demanda e, conseqüentemente, de pressão inflacionária

?Essa conversa de escassez de oferta é bobagem e os índices de preços mostram que não há nenhuma distorção quanto à inflação?, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

Além dos investimentos que estão sendo feitos para aumentar a capacidade de produção, Skaf argumenta que vivemos em um mercado aberto, onde se pode importar de tudo de qualquer parte do mundo. ?E o câmbio sobrevalorizado ainda barateia artificialmente o custo das importações?, afirma.

O economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, assessor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), observa que houve um aumento de fato no grau de utilização da capacidade instalada da indústria nacional no ano passado, ressaltando, porém, que o nível de utilização dessa capacidade não aumentou nos últimos cinco meses. ?É sinal de que o investimento, que vem com um certo atraso, já se incorporou à capacidade produtiva.

Gomes de Almeida cita que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou, na quarta-feira (19), os resultados de uma pesquisa em que os empresários da indústria informaram que a capacidade de produção deverá crescer 11% este ano. ?A menos que tivéssemos um crescimento chinês, o produto industrial não vai aumentar na mesma proporção da capacidade instalada.

Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, se os índices de preços confirmarem as informações de que estaria havendo uma pressão inflacionária, seria mais saudável para a economia o governo tentar controlar um pouco a expansão do crédito do que recorrer à elevação dos juros. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Voltar ao topo