Pacote para o crescimento

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia hoje o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que divide a equipe de governo e provoca desconfiança no mercado em relação a seu principal objetivo, que é ?destravar? o crescimento da economia. Ao longo da elaboração do PAC, alguns dos pilares da ?era Palocci?, como o cofre fechado e uma agenda voltada para melhorar o ambiente de negócios, ficaram em segundo plano. Isso provocou descontentamento na equipe e deixou os economistas de mercado céticos quanto à eficácia do pacote.

Parte das resistências concentrava-se na Receita Federal, que temia perder arrecadação com um eventual festival de cortes de impostos que seria promovido pelo governo. A ala dos resistentes defendia menos ?bondades?, mais redução de gastos e ainda uma nova rodada de reformas constitucionais.

É o caso, por exemplo, do secretário-executivo de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, que chegou a ser considerado fora da equipe do segundo mandato.

Por isso, entre alguns economistas, a visão é de que o pacote é insuficiente para provocar a aceleração do crescimento e é sustentado no investimento público, em vez de garantir incentivos para empurrar o investimento privado.

Apesar desse entendimento, essa é a aposta de Lula: algo diferente do que foi feito no primeiro mandato. Em seu discurso de posse, o presidente deixou claro que quer mais crescimento e mais inclusão social. ?O transatlântico não mudou de rumo. Ele estava no rumo correto e agora vai acelerar?, declarou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

No primeiro mandato de Lula, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,6% ao ano, em média, e o objetivo é buscar taxas de 5% ou mais. Para isso, o PAC aposta num aumento dos investimentos, públicos e privados. Hoje, a taxa de investimento está na casa de 20% do PIB e o objetivo é elevá-la para 25%.

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