Pacote de incentivo para casa própria

O governo federal deve divulgar amanhã um pacote de medidas para incentivar a expansão do crédito imobiliário. Entre as novidades está o orçamento de R$ 8,5 bilhões para financiar a compra da casa própria para a classe média. As medidas foram aprovadas na reunião da semana passada do CMN (Conselho Monetário Nacional), que até agora não deu detalhes sobre o encontro. Entidades do setor financeiro e da construção civil informaram que as decisões do CMN não foram divulgadas porque serão anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Do orçamento para financiar a classe média, R$ 6,5 bilhões devem sair dos bancos privados, que utilizam recursos da caderneta de poupança para conceder crédito imobiliário.

A Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) e CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) levaram para a reunião do CMN uma proposta para elevar a concessão de crédito imobiliário em 40% na comparação com 2005, quando os bancos privados direcionaram a quantia recorde de R$ 4,793 bilhões para financiar 60.769 moradias.

Os R$ 2 bilhões restantes devem sair do orçamento da Caixa Econômica Federal, que voltou a financiar a aquisição da casa própria com recursos da poupança no final do ano passado.

Além do orçamento para a habitação, bancos e construtoras esperam pelo anúncio de outras medidas de incentivo para o setor, como a redução de impostos incidentes sobre materiais de construção. A idéia é baratear o custo desses materiais para as famílias que estão construindo ou reformando o imóvel.

Crédito consignado

Os bancos privados se preparam para conceder crédito imobiliário consignado. Para isso, só dependem de mudança na legislação. O modelo já é usado em empréstimo pessoal para aposentados, servidores, militares e trabalhadores da iniciativa privada.

O setor vai destinar R$ 7 bilhões para compra da casa própria pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH). O anúncio foi feito pelo superintendente geral da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Carlos Eduardo Duarte Fleury.

Atualmente, os bancos já facilitam o crédito imobiliário para quem paga em dia durante a obra. ?É natural que exista preferência para o bom pagador. Funciona como um cadastro positivo?, diz Fleury. Ele destaca que se o cliente for adimplente no financiamento habitacional, que em média é de até 15 anos, será correntista potencial para os outros produtos do banco.

Fleury diz que o crédito consignado ainda não pode ser usado no financiamento habitacional porque as prestações não são fixas. Essa é uma das exigências do crédito consignado.

?Se houver mudança na legislação, o empréstimo habitacional será muito mais flexível. Será possível reverter esse ganho para o mutuário, como a redução das taxas de juros, e até mesmo financiar 100% do imóvel?, adianta Fleury, lembrando que, hoje, o custo da inadimplência é muito alto.

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