PAC vai atender regiões metropolitanas

As regiões metropolitanas de todo o País terão atenção especial dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. A informação é do Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo Silva, que esteve ontem em Fazenda Rio Grande, município da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O ministro veio ao Paraná para fazer uma explanação sobre o PAC, programa que prevê o investimento de pelo menos R$ 504 bilhões em todo o País nas áreas social, urbana, energética e de logística (que inclui construção e ampliação de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos).  

Durante o evento de ontem, ocorrido na Fazenda Experimental da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), muitos prefeitos da RMC estiveram presentes fazendo suas indagações e reivindicações.

O ministro preferiu não falar em recursos para os estados, mas disse que só para a região Sul estão previstos cerca de R$ 37 bilhões, sendo que R$ 18 bilhões serão destinados para a área energética e pelo menos R$ 14 bilhões para a área social e urbana. Segundo ele, a demanda na RMC é mais evidente nas áreas de saneamento e habitação. Segundo dados do PAC, Curitiba será a oitava área de prioridade em todo o Brasil para o investimento em áreas de favela. Belém ficou em primeiro lugar e Fortaleza, em segundo. ?Parte do financiamento é para o interesse social mesmo, principalmente quando se trata de municípios de regiões metropolitanas?, afirmou.

Várias obras estão previstas para o Paraná dentro do PAC, tanto na área de logística como na área energética. Apesar da duplicação da BR-116 ser uma das principais reivindicações dos prefeitos da RMC, está previsto para o PAC até agora a adequação do Contorno Leste. Também estão previstos o corredor rodoviário de Guarapuava a Ipiranga, no oeste do Paraná, e ainda a pavimentação do único trecho sem asfalto da BR-153 que liga o Paraná ao Rio Grande do Sul – a parte entre Alto Apucarana a Ventania, Leste do Paraná.

O ministro também lembrou do contorno ferroviário de Curitiba, cujo projeto está em fase de elaboração. Ainda na área de logística, Paulo Bernardo disse que o projeto de construção da segunda ponte internacional em Foz do Iguaçu, oeste do Estado, poderá iniciar no ano que vem.

Nas áreas energética e de combustíveis renováveis, o Paraná também deverá ganhar, segundo o ministro Paulo Bernardo. Dentro dos recursos do PAC está prevista a construção de pelo menos quatro novas usinas de biodiesel até o final do ano que vem (em Maringá, Medianeira, Ponta Grossa e Rolândia) e ainda a construção de quatro linhas de transmissão (Londrina Maringá, Tararé Jaguariaíva, Curitiba Bateias, Cascavel Foz do Iguaçu). Na Repar, em Araucária, também estão previstos investimentos do PAC. Serão R$ 900 milhões neste ano e mais R$ 3 bilhões até 2010 para obras de ampliação na refinaria. ?Serão obras para melhoria da qualidade dos serviços?, comentou o ministro.

Duplicação da BR-116 é pedido unânime

A duplicação da BR-116 é a reivindicação unânime dos prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba que compareceram ontem à palestra do Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo e Silva, em Fazenda Rio Grande. Obras na área de saneamento também fazem parte dos pedidos dos prefeitos.

Para o prefeito de Fazenda Rio Grande e presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec), Antonio Wandscheer, a duplicação da rodovia significa desenvolvimento econômico de todos os municípios da região. ?Como é que uma empresa vai se instalar em Fazenda Rio Grande, por exemplo, se não temos estradas boas para o transporte??, indagou. O prefeito de Mandirituba, Adir Palu, disse que a pavimentação, não só das rodovias, mas também das ruas das cidades, é importante para o desenvolvimento. ?Os municípios da RMC não desenvolveram porque não há infra-estrutura nas rodovias. A BR-116 é a única saída de Curitiba que não é duplicada?, reclamou. O prefeito de Quitandinha, Neco Prado, disse que sua administração criou um distrito industrial na cidade que seria contemplado se as obras na BR-116 se tornassem realidade.

Saneamento básico, energia elétrica e habitação também são grandes preocupações dos prefeitos da RMC. Segundo Prado, mais de 500 famílias do município de Quitandinha não têm acesso à luz elétrica, sem falar na ausência total de redes esgoto. ?Acho que deve-se acelerar a chegada dos recursos para os municípios, e não concentrar a maior fatia no governo federal?, reclamou. Assim como Prado, os prefeitos de Contenda, Hélio Boçoen, e Mandirituba, Adir Palu, também afirmam que o grande problema em suas cidades é a falta de saneamento básico: segundo eles, a população não é beneficiada com redes de esgoto.

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