ONS confirma aumento no custo de operação em 3 regiões

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) confirmou nesta sexta-feira, 31, o que já circulava na véspera pelo mercado. Na primeira versão do Programa Mensal de Operação (PMO) de fevereiro, o operador informou que o chamado custo marginal de operação (CMO) passou de R$ 481/MWh para R$ 1.065,74/MWh nos subsistemas Sudeste, Centro-Oeste e Sul e para R$ 863,47/MWh no Norte e Nordeste na primeira semana do mês.

O forte aumento no CMO, que serve de parâmetro para o acionamento das termelétricas e, de forma bastante simplificada, mede o custo da água nos reservatórios, reflete a escassez de chuvas. O operador explicou que, desde a segunda quinzena de dezembro há a atuação de uma massa de ar seco e quente no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, provocando estiagem prolongada e altas temperaturas – as principais capitais têm registrados temperaturas recordes neste verão.

Com o aumento do CMO, praticamente todas as térmicas disponíveis do sistema serão acionadas pelo ONS, inclusive as usinas a óleo combustível e a diesel, as mais caras do sistema e altamente poluentes. A previsão do operador é de que a geração termelétrica alcance 15,566 mil MW médios nos próximos dias. Isso significa um aumento de 21,6% no despacho das usinas em relação ao volume programado para esta semana, que foi de 12,791 mil MW médios – apenas 14 MW médios serão acionados por restrições elétricas, quando há problemas na transmissão.

Como o chamado preço de liquidação das diferenças (PLD), balizador dos preços da energia no mercado de curto prazo, é um espelho do CMO, o PLD para a próxima semana subiu. De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o indicador alcançou o valor teto estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que é de R$ 822,83/MWh, em todo o País. Esse preço, válido a partir de amanhã, representa um aumento de 69,7% em relação ao PLD calculado para esta semana, de R$ 484,83/MWh.

Esse cenário joga ainda mais pressão no fragilizado caixa das distribuidoras, que assumem as despesas com as térmicas e a compra de energia no mercado spot para o consumidor em um primeiro momento, repassando isso posteriormente para as tarifas. Por sua vez, as geradoras com energia descontratada, como a Cesp, acabam lucrando com a alta do preço da energia no mercado à vista por liquidarem as suas posições ao valor do PLD.