OMC quer encerrar Doha este ano

São Paulo – Os Estados Unidos terão de aceitar corte mais profundo de subsídios agrícolas e a Europa terá de concordar em cortar em pelo menos 50% suas tarifas de importação a produtos agrícolas se quiserem que a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) seja concluída este ano. A proposta faz parte de documento apresentado ontem pela entidade sobre o que acredita serem as bases de um acordo de liberalização agrícola. ?Francamente, seria inconcebível que os Estados Unidos terminassem as negociações com o direito de gastar mais em subsídios que fazia até agora?, afirma o documento, abrindo a fase final das negociações iniciadas em 2001.

Apesar do ataque aos americanos, o embaixador do Brasil em Genebra, Clodoaldo Hugueney, aponta que os cortes sugeridos ainda não são suficientes. ?O texto poderia ter sido bem mais ambicioso em subsídios.? O Brasil se reúne hoje em Londres com EUA, Europa e Índia para debater a situação com o autor do texto, o mediador das negociações agrícolas Crawford Falconer. Para diplomatas latino-americanos, o texto não traz nada de novo, a não ser a crítica aos EUA.

As negociações foram suspensas em julho de 2006, depois que os países não conseguiram chegar a um acordo sobre como ocorreria a liberalização. Desde então, os governos de Brasil, Índia, EUA e Europa promoveram inúmeras reuniões e não chegaram a um acordo. Agora, a decisão foi voltar a debater na sede da OMC com os 150 países. ?Está claro que nenhum país irá conseguir tudo o que pede?, diz Falconer. O texto aponta que o teto autorizado para os EUA nos subsídios deveria ser inferior a US$ 19 bilhões. A Casa Branca defende teto de US$ 22 bilhões e o Brasil quer o valor estabelecido em US$ 12 bilhões.

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