OCDE: País deve tirar estímulos para controlar inflação

O Brasil precisa desativar os programas de estímulo fiscal e monetário expansionistas “assim que possível” para controlar as crescentes pressões inflacionárias em meio ao aumento da demanda doméstica, afirmou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em relatório divulgado hoje. No relatório, a OCDE diz que as autoridades monetárias brasileiras estão gradualmente apertando a política, elevando as exigências de reservas dos bancos e as taxas de juros em um movimento para reduzir as crescentes pressões inflacionárias. A redução de impostos sobre consumo de bens duráveis acabaram e a desativação de outros estímulos fiscais assim que possível é aconselhável, segundo a OCDE. “O recente anúncio de cortes de gastos no orçamento de 2010 é um movimento bem-vindo nessa direção”, disse.

Segundo a OCDE, o Brasil vive uma recuperação em forma de “V” desde meados de 2009, com a demanda doméstica impulsionada por “uma política de estímulo sólido” e por gastos com infraestrutura que alimentaram uma forte expansão econômica. O Produto Interno Bruto (PIB) real já estava acima dos níveis anteriores à crise no fim de 2009, diz o relatório. A OCDE afirma que novas pressões inflacionárias têm emergido como resultado do rápido crescimento e que as importações dispararam. A valorização cambial durante o ano passado também derrubou as exportações e parcialmente contrabalançou o efeito da maior demanda da Ásia, de acordo com a OCDE.

O relatório da OCDE diz ainda que a inflação no Brasil deverá exceder o ponto médio da faixa que compreende a meta da inflação tanto neste ano como em 2011, à medida que os firmes níveis dos gastos provavelmente vão persistir com a aproximação das eleições presidenciais, em outubro deste ano. A inflação no Brasil está atualmente em torno de 5,3%, acima da meta do governo para este ano, de 4,5%. O Brasil não faz parte dos 30 países-membros da OCDE. As informações são da Dow Jones.

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