Números mostram crescimento industrial

Os números da indústria de transformação confirmam o desempenho positivo da indústria paranaense em 2004. O setor registrou crescimento nos primeiros onze meses do ano, com um aumento do nível de emprego de 13,78% – representando a abertura de 59.355 vagas -, e a produção aumentou 9,52% na comparação com o mesmo período de 2003. As informações fazem parte dos Indicadores Conjunturais da Indústria Paranaense (ICI/PR), divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e estudos Sócio-Econômicos (Dieese) e pela Federação das trabalhadores na Indústria Paranaense (Fetiep).

O documento revela que em novembro passado o emprego apresentou uma pequena queda de 0,18% sobre o mês de outubro, com a perda de 904 vagas. "A indústria de alimentos, acompanhando o período de entressafra, demite muito no fim do ano. É um fenômeno sazonal esperado até mesmo para dezembro", explica Sandro Silva, economista do Dieese. Os setores que se destacaram negativamente no mês foram a indústria de alimentos, bebidas e álcool (-1,61%), a indústria de madeira e mobiliário (-1,17%) e a indústria química (-0,25%).

"Mesmo com o resultado de novembro, o Paraná tem um desempenho muito melhor do que nos outros anos. É o quinto Estado na porcentagem de criação de vagas, atrás de outros de menor expressão industrial (Amazonas, Goiás, Pará e Mata Grosso do Sul)", afirma Silva. Em números totais, o Estado ocupa a quarta posição, com mais de 430 mil postos no setor industrial.

Interior e exportações

O resultado positivo na criação de empregos está relacionado ao comportamento do emprego industrial no interior do Estado, que gerou, no período, 42.129 novas vagas (14,51%), sendo que 63% desse total são em setores voltados para a exportação. A agroindústria é responsável por 43,1% dos empregos industriais: são 185.796 vagas, com um aumento de 15,09% em comparação com os 11 primeiros meses de 2003.

A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) gerou 17.226 novas vagas no mesmo período, com um aumento de 12,29%. "A indústria de material de transportes e a metalúrgica, na RMC, são responsáveis por muitas contratações, mostrando o fortalecimento do mercado interno com a retomada da economia no ano passado", afirma Silva. Ele acrescenta que, se dezembro apresentar queda no número de empregos no interior do Estado, como é esperado, provavelmente a variação de criação de empregos na RMC ultrapassará a do interior.

Ainda segundo o economista, 2005 deverá apresentar maior crescimento na produção para o mercado interno, principalmente devido à valorização do real frente ao dólar, o que prejudica as exportações. "Teremos crescimento, mas ele será menor", acentua Silva. Mas por enquanto, as exportações da indústria, apesar de apresentarem uma queda de outubro para novembro de -0,95%, na comparação novembro de 2003, tiveram um grande aumento: 44,47%. O acumulado dos onze primeiros meses do ano é de 32,53%. (Diogo Dreyer)

Ano foi bom para a produção

A produção industrial em novembro também registrou queda, de -3,93% sobre a produção de outubro, mas na comparação com novembro de 2003, teve um aumento de 15,44%. Nos primeiros 11 meses do ano, a variação é positiva: aumento de 9,52%. Os setores que se destacaram nesse aumento foram a indústria de veículos automotores (47,46%), indústria de edição, impressão e reprodução de gravações (41,42%), a indústria de madeira (18,77%) e a indústria de máquinas e equipamentos (18,22%). Os que mais registraram baixa foram a indústria de refino de petróleo e álcool (-13,80%), indústria de outros produtos químicos (-10,23%), indústria de minerais não metálicos (-6,34%) e a indústria de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,31%).

Sandro Silva explica que em dezembro também é esperado que o índice diminua em comparação a novembro, o que é normal, mas avalia que o índice de crescimento da produção industrial deve fechar o ano superior a 10%. "A última vez que isso aconteceu, foi em 1993, quando fechou em 11,87%". Ele acredita que se não tivesse acontecido a parada técnica da Petrobras, em maio, provavelmente o crescimento do Estado teria sido ainda maior.

Todos esses números se refletem na folha de pagamento média real por trabalhador da indústria paranaense, que apresentou um aumento de 12,38% no mês de novembro em relação a outubro, e um aumento de 0,36% em relação a novembro de 2003. No acumulado do ano, a alta registrada foi de 4,67%, um ganho real de salário no ano. (Diogo Dreyer)

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