Novo ?detalhe? trava sacrifício de animais

Quase uma semana depois da reunião em que ficou definido o sacrifício sanitário dos quase 6,4 mil animais do Paraná, apontados como focos de febre aftosa, ainda há uma série de obstáculos que impedem a concretização do abate. A principal delas é a autorização pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que os animais sorologicamente reagentes sejam necropsiados, e o material encaminhado ao Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) para exames.

A realização das necropsias foi a condição imposta pelos proprietários rurais das sete fazendas apontadas como focos da doença para que o sacrifício fosse autorizado. Na ocasião, o superintendente do Mapa no Paraná, Valmir Kowalewski, que participou do encontro no Centro de Ensino Superior de Maringá (Cesumar), informou que a permissão deveria vir de Brasília.

Para o vice-governador e secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Orlando Pessuti, trata-se apenas de um ?trâmite burocrático.? A situação, segundo ele, deve estar resolvida até amanhã. Sem a necropsia, os proprietários das seis fazendas – Cesumar e Pedra Preta, em Maringá; Alto Alegre e São Paulo, em Loanda; Flor do Café, em Bela Vista do Paraíso e Santa Izabel, em Grandes Rios, com quase 4,5 mil animais -, além da Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira, com outras 1.795 cabeças de gado, não irão autorizar o sacrifício dos animais.

No caso da Fazenda Cachoeira, há ainda outras duas pendências, de acordo com o vice-governador: a entrega da manta impermeabilizante que será colocada nas valas ainda não foi entregue e a liminar que exigia o depósito prévio de R$ 1,285 milhão a título de indenização ao proprietário André Carioba não foi retirada da Justiça. ?A gente espera que na quarta-feira entreguem a manta?, afirmou o secretário. Ontem, um funcionário da Fazenda Cachoeira informou que as valas onde serão enterrados os animais já começaram a ser abertas, e os trabalhos não foram interrompidos por conta do feriado de Carnaval. O início do sacrifício sanitário na Fazenda Cachoeira, porém, ainda não tem data marcada.

Outra pendência é a emissão das licenças ambientais, autorizando as propriedades a enterrar o gado sem causar danos ao meio ambiente. De acordo com o secretário Pessuti, ainda na sexta-feira foram emitidos os laudos das fazendas Cesumar e Pedra Preta, em Maringá, pelo Instituto Ambiental do Paraná. No sábado, foi a vez da Fazenda Flor do Café, em Bela Vista do Paraíso. ?Ainda faltam três fazendas, mas até quarta (amanhã) deve estar tudo pronto?, disse. Pessuti afirmou que houve dificuldades em reunir os integrantes da Comissão de Avaliação, Taxação e Sacrifício, constituída na última quinta-feira. ?Alguns integrantes já haviam saído para viajar?, justificou.

Apesar de todos os entraves, o secretário se mostrou otimista e disse que espera iniciar o sacrifício sanitário ainda esta semana. O método a ser utilizado deve ser o rifle e não a degola, como tinham sugerido anteriormente. ?Pela degola é mais demorado. Tem que sedar o animal e o risco ainda é que se forme uma piscina de sangue?, disse. Segundo o secretário, os recursos liberados pelo governo do Estado para o sacrifício (R$ 786.200,00) já estão disponíveis. Pessuti lembrou que o abate vai ocorrer com o apoio de prefeituras municipais e entidades como o Sindicato da Indústria de Carne no Paraná (Sindicarne-PR) e outros.

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