Nova guerra no Golfo afetaria fabricantes de carros e pneus

Uma alta nos preços do petróleo deflagrada pelo medo de uma nova guerra no Golfo Pérsico poderia causar um tremor na indústria automotiva européia, trazendo o receio de uma queda na demanda e de uma virada súbita em favor de veículos menores e mais eficientes.

Os preços do petróleo cru flutuavam perto dos US$ 30 por barril nesta segunda-feira, antes de uma reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), enquanto pende sobre o líder iraquiano Saddam Hussein a ameaça de um ataque militar conduzido pelos Estados Unidos.

Economistas dizem que o custo dos preços mais elevados para o petróleo, que subiu em mais de 50% desde janeiro, prejudica tanto os consumidores quanto as empresas. E o setor automotivo será uma das vítimas. “”Acredito que se os preparativos de guerra prosseguirem, o mercado europeu de automóveis ficará sob uma sombra escura que levará a uma queda nas vendas de carros, e a uma mudança problemática no mix de produtos”, disse Karel Williams, pesquisador da indústria de carros na Manchester University.

Os analistas dizem que o sentimento quanto às ações do setor automotivo pode se deteriorar de maneira desproporcional aos fundamentos do setor. As fabricantes de pneus, que dependem do petróleo para boa parte de suas matérias-primas, seriam as mais atingidas. E as montadoras de caminhões – um termômetro de crescimento econômico – e as de veículos de massa também ficariam vulneráveis. “As ações do setor de pneus são muito sensíveis aos preços do petróleo, já que boa parte das compras desse setor está amarrada a derivados de petróleo”, disse Alexis Boyer, analista do Deutsche Bank.

Apenas as montadoras que ofereçam carros eficientes e que tenham processos de produção projetados para responder com rapidez uma mudança na demanda dos consumidores poderiam sair ganhando. De acordo com estimativa do Deutsche Bank, uma alta no óleo atinge o balanço das empresas do setor automotivo com atraso de entre seis e nove meses. (Correio Web/FolhaNews)

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