No Paraná, setor teve queda de 1,31% no faturamento

O setor industrial do Paraná teve uma queda de 1,31% no faturamento em 2005. As projeções, que já eram previstas, foram confirmadas ontem pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures. O principal argumento para o resultado negativo foi a alta taxa de juros e a desvalorização do dólar. O resultado das vendas do setor só não foi menor devido às exportações e ao aumento do crédito pessoal direcionado ao consumo de bens duráveis, como carros e eletro-eletrônicos.

?Essa queda de 1,31% em relação a 2004 é ruim, porque toda a economia cresceu e as vendas na indústria não?, disse Loures. Os dados da Análise Conjuntural – feita pelo Departamento Econômico da Fiep – apontaram que, dos 18 setores pesquisados, os que mais tiveram quedas foram couro (-45,22%), madeira (-31,79%), mecânica (-26,63%), têxtil (-23,64%) e plástico (-23,41). Do total de produtos industriais vendidos em 2005, 33,15% tiveram como destino o mercado do Paraná, 45,54% foram vendidas para outros estados e 21,30%, exportados.

Entre os gêneros industriais com melhor desempenho em 2005 aparecem os produtos farmacêuticos e veterinários (16,96%) – reflexo da participação do campo, com o consumo de vacinas e sais minerais, e crescimento de fitoterápicos -; perfumaria, sabões e velas (12,58%); e papel e papelão (10,33%). O coordenador de Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, destaca que, apesar dos resultados negativos nas vendas, o reflexo no nível de empregos foi pequeno. ?Não houve queda nas colocações, mas as contratações no segundo semestre desaceleraram?, falou.

Para 2006, o diagnóstico do setor não é muito otimista. Na avaliação de Rocha Loures, a recuperação do setor deverá ser lenta, e não alcançará, a curto prazo, os resultados de 2002, considerado o melhor ano para o desempenho industrial – atingiu um faturamento positivo de 26,16%. Maurílio Schmitt acredita que alguns fatores poderão irrigar a economia, entre os quais a Copa do Mundo e as eleições. Além disso, os investimentos do governo federal – principalmente na área social com a ampliação do Bolsa Família – e aumento do salário mínimo devem ter reflexo nos resultados.

Pontapé

Um estudo feito pela Fiep no ano passado apontou uma série de setores com potencial de crescimento. O objetivo desse estudo é preparar os setores industriais paranaenses para oportunidades e mudanças futuras, assim como induzir um processo de construção e crescimento. O projeto ?Setores Portadores de Futuro para o Paraná? interpretou que setores como biotecnologia, indústria alimentar e energia renovável têm potencial de crescimento no Estado. (Rosângela Oliveira)

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