Nível de emprego no Paraná cresceu 0,53% em setembro

O Paraná fechou o mês de setembro com saldo (admissões menos demissões) de 9.914 empregos, o que representou crescimento de 0,53%. Com este resultado, o estado acumula no ano (janeiro a setembro) crescimento de 5,31% no nível de emprego – o correspondente à geração de 94.078 novos postos de trabalho – volume pouco abaixo dos 95.703 registrados no mesmo período do ano passado. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, e foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).  

Para o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, apesar de o volume de empregos este ano estar abaixo do mesmo período do ano passado, são grandes as chances de o Paraná reverter a tendência e encerrar o ano com saldo maior. ?A taxa básica de juros vem caindo. O nível de inflação também está baixo – o mercado estima que o IPCA deva fechar em 3%, abaixo do centro da meta que é 4,5%. Além disso, houve boas negociações coletivas dos sindicatos no primeiro semestre e aumento real de 13% no salário mínimo, o que elevou o poder aquisitivo da população?, apontou. No ano passado, o mês de outubro registrou saldo negativo de 973 empregos e, em novembro, saldo também negativo de 525. ?Este ano, esses saldos devem ser positivos?, acredita. O número estimado de trabalhadores com carteira assinada no estado é de aproximadamente 1,865 milhão.

Setembro

Em setembro, o comércio varejista foi o setor que mais empregou (2.821), seguido por hotéis e restaurantes (2.162), indústria de alimentos e bebidas (1.419), indústria têxtil e vestuário (975) e construção civil (856). Já setores como a agricultura e silvicultura e madeira e mobiliário tiveram saldos negativos de 594 e 494 vagas, respectivamente.

Na comparação com outros estados, o Paraná ficou na 18.ª posição, com desempenho abaixo da média nacional. Já na comparação com setembro do ano passado, o que se verifica é que o desempenho do estado este ano está muito melhor – o saldo passou de 6.175 empregos para 9.914, ou seja, crescimento de 60,55%.

Acumulado

No acumulado do ano (janeiro a setembro), a indústria de alimentos e bebidas aparece com o maior saldo de empregos (19.625) no Paraná, seguida pelo comércio varejista (10.426), hotéis e restaurantes (9.908), agricultura e silvicultura (9.275), outros serviços (9.223) e construção civil (7.156). Na outra ponta, o setor de madeira e mobiliário acumula saldo negativo de 1.517 vagas – o mau desempenho se deve à valorização cambial, que prejudicou as exportações e reduziu postos de trabalho.

Conforme os dados do Caged, a redução do saldo de empregos este ano na comparação com o ano passado (queda de 1,70%) se deve ao mau desempenho do interior do estado. Enquanto no interior o saldo caiu 8,12%, na Grande Curitiba houve crescimento de 12,72%.

O comércio foi o setor que mais sentiu a desaceleração, com queda de quase 50% no saldo de empregos. ?Esta redução está atrelada à renda gerada na agricultura?, explicou Silva, referindo-se a problemas no campo, como quebra de safra, valorização cambial e redução do preço de algumas commodities.

Salário médio no estado foi de R$ 1.017,00 no ano passado

O salário médio do trabalhador paranaense no ano passado foi de R$ 1.017,00 – valor nominal 8,11% maior do que o registrado em 2004. Em Curitiba, a média salarial foi maior: R$ 1.446,00. Os dados fazem parte da Rais (Relação Anual de Informações Sócio-Econômicas), elaborada pelo Ministério do Trabalho e divulgada ontem pelo Dieese-PR.

Segundo o levantamento – baseado em informações que as empresas públicas e privadas têm que prestar ao Ministério do Trabalho -, o número de empregos formais no Paraná aumentou 3,77% em 2005 na comparação com o ano anterior: passou de 2.032.770 em 2004 para 2.109.348 no ano passado. Foi o terceiro pior resultado do país, atrás apenas do Rio Grande do Sul (crescimento de 1,92%) e do Mato Grosso (3,70%). A média nacional ficou em 5,83%.

?O Paraná sentiu mais a desaceleração ocasionada pela taxa de juros e a variação cambial. Além disso, o estado foi afetado pela quebra da safra e queda da cotação de alguns produtos, que impactaram na renda agrícola?, explicou. Em série mais longas – como a comparação entre 2005 e 2002 e entre 2005 e 1990, o Paraná apresentou desempenho acima da média nacional.

Com relação aos salários e setores que mais empregaram, a Rais mostra que em 2005 o salário médio do trabalhador paranaense teve aumento nominal de 8,11% e real (descontada a inflação) de 5,05%. Entre os setores que promoveram os maiores reajustes salariais estão a administração pública (aumento de 13,80%), cujo salário médio era R$ 1.530,00 no ano passado, e a agricultura (aumento de 11,62%), puxada sobretudo pelo aumento do salário mínimo. Na agricultura, o salário médio ficou em R$ 585,00. Por outro lado, trabalhadores do setor de serviços industriais de utilidade pública tiveram redução do salário médio: passou de R$ 3.183,10 em 2004 para R$ 2.964,00 em 2005 – queda real de 11,36%.

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