PLRs

Negociações acabam com greves dos metalúrgicos

Duas montadoras, a Renault-Nissan e a Volvo, voltaram, ontem pela manhã, a funcionar na Grande Curitiba, após trabalhadores e empresas chegarem a acordos referentes às Participações nos Lucros e Resultados (PLRs) deste ano. Na Volkswagen, que não chegou a parar, a PLR também foi aprovada. Por outro lado, o impasse persiste na Case New Holland e na Bosch. Nesta, a greve entra hoje em seu quarto dia.

Na Renault-Nissan, em São José dos Pinhais, onde a greve começou na última sexta-feira, os funcionários chegaram a votar pela continuidade da greve, no início do dia, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). Em seguida, porém, a empresa melhorou sua proposta, retirando metas que os trabalhadores consideravam inatingíveis. Cerca de 2,2 mil veículos deixaram de ser produzidos por causa da paralisação.

O acordo fechado ontem prevê valores entre R$ 7,5 mil e R$ 9 mil, com a primeira parcela, de R$ 4,75 mil, sendo paga ainda em maio, e a segunda, em fevereiro de 2011, com valor dependendo do alcance de metas. O valor do primeiro pagamento equivale ao total da PLR fechada no ano passado, na empresa.

Já na Volvo, instalada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), a PLR acertada foi dividida entre uma primeira parcela de R$ 5 mil, a ser depositada na semana que vem, e uma segunda, com valor ainda a ser definido, a ser paga também em fevereiro de 2011. O total mínimo do benefício será de R$ 9 mil, valor 65% maior que o fechado no ano passado. Os funcionários voltaram ao trabalho já durante a manhã, logo após a aprovação da proposta. Com a paralisação, iniciada anteontem, a montadora deixou de produzir cerca de 80 caminhões pesados e semipesados.

Para o diretor de Recursos Humanos e Assuntos Corporativos da Volvo do Brasil, Carlos Morassutti, a proposta fechada foi “excelente”. Segundo a empresa, os funcionários que recebem o piso salarial ganharão, com a PLR, o equivalente a mais seis salários no ano, aproximadamente.

Na Volkswagen, em São José dos Pinhais, houve acordo sem chegar a haver greve. As chuvas de terça-feira adiaram a votação de uma possível paralisação e as partes ganharam mais um dia para negociar. A proposta aprovada ontem prevê uma primeira parcela de R$ 3,8 mil, paga ainda em maio. A discussão sobre a segunda parcela ficou para o segundo semestre.

Impasse

Na Case New Holland, na CIC, houve nova proposta da empresa, para uma PLR de R$ 4,5 mil, com a primeira parcela, de R$ 3 mil, a ser paga este mês. Os funcionários recusaram o acordo, mas não cruzaram os braços. Eles decidiram continuar mobilizados, aguardando a definição das negociações na vizinha Bosch, onde a greve continua, já que a companhia não apresentou, ontem, nenhuma nova proposta.

Ainda ontem, em Araucária, os metalúrgicos da Brafer decidiram continuar a greve iniciada na segunda-feira, já que a empresa não apresentou nova proposta. Já na AAM do Brasil, a proposta, de R$ 3,5 mil para superação de 100% das metas, com adiantamento de R$ 1 mil em setembro, foi aprovada pelos colaboradores. O mesmo aconteceu na Methal Company, na CIC, que ofereceu beneficio de até R$ 2 mil, caso todas as metas sejam atingidas.