Depois de o fechamento de um dos maiores frigoríficos no Paraná culminar com a demissão de quase 400 funcionários, na região de Maringá, ontem foi a vez de 250 metalúrgicos de Londrina assinarem suas demissões, depois que a Hussmmann – fabricante de expositores refrigerados e sistemas de refrigeração – encerrou suas atividades na cidade.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Londrina e Região, o grupo gestor da Hussmmann, a norte-americana Ingersoll-Rand, teria alegado prejuízos com a fábrica de Londrina para justificar o fechamento da empresa.
No entanto, para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Londrina e Região, Sebastião Raimundo da Silva, a justificativa da multinacional não convence os trabalhadores. Para ele, nem mesmo a crise serve de alento para os funcionários demitidos.
“Para mim é má administração mesmo. Não é possível que uma empresa que vinha tendo um volume de produção expressivo dizer que estava tendo prejuízo”, afirma. Silva conta que até o último final de semana os funcionários faziam hora extra para atender a demanda da empresa.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos informou, entretanto, que a Ingersoll-Rand deve reaproveitar parte do pessoal de manutenção da Hussmmann em outras duas empresas do grupo na cidade, que ainda continuarão empregando 160 trabalhadores – a também Ingersoll-Rand, fabricante de equipamentos industriais e a Thermo King, que produz equipamentos de ar condicionado.
Segundo Silva, o Sindicato já teria levado as informações ao conhecimento do Ministério Público do Trabalho (MPT), que teria se comprometido à convocar representantes da multinacional para esclarecer os motivos do fechamento da empresa.
A reportagem de O Estado tentou contatar por telefone o diretor de relacionamento com a imprensa nos Estados Unidos, apontado pela filial em São Paulo como o único autorizado a comentar sobre o encerramento das atividades da Hussmmann em Londrina. Porém, o mesmo não atendeu as ligações.
O grupo norte-americano Ingersoll-Rand teria cerca de 80 fábricas pelo mundo, com produção basicamente de equipamentos e componentes industriais e comerciais. A multinacional teria um faturamento anual de US$ 10,8 bilhões.