Miguel Jorge: exportação cai com redução dos mercados

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse hoje que o principal problema para as exportações brasileiras é a redução dos mercados compradores, um resultado da crise financeira mundial. “Claro que a taxa de câmbio tem uma participação (nos problemas enfrentados pelos exportadores), mas, na minha opinião, o que mais dificulta é que se reduziram muito os mercados importadores e não voltarão aos patamares de antes da crise”, disse o ministro, em entrevista à Agência Estado, após fazer palestra a alunos do Instituto Rio Branco.

O ministro voltou a afirmar que, para compensar os problemas cambiais, tem dito aos exportadores, principalmente industriais, que é preciso que eles façam investimentos em eficiência, produtividade e inovação. “Só com essas coisas, o Brasil vai se tornar um país exportador importante e capaz de compensar eventuais problemas cambiais”, afirmou. Ele acrescentou que a desvalorização do dólar hoje não é um problema brasileiro, “é um problema mundial”. “E isso não acontece aqui por excesso de investimento especulativo”, acrescentou.

Miguel Jorge também manteve sua avaliação de que a taxação do capital estrangeiro com Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% não vai estimular uma subida da taxa de câmbio no Brasil e reafirmou que, se essa alíquota fosse maior, seria “um tiro no pé” porque afastaria totalmente os recursos estrangeiros do País.

Segundo ele, o Brasil é atualmente um dos mercados mais seguros para investimentos, e não por causa dos juros altos, mas por causa do mercado interno consumidor que tem sido fortalecido. “Tenho recebido toda a semana duas ou três empresas que vêm me anunciar investimentos e estou falando de investimentos produtivos, não especulativos, que não vão para um país onde não há mercado interno”, afirmou o ministro. E completou: “Nós temos essa grande vantagem que é acrescentar consumidores novos a cada mês ao nosso mercado e há outros países que estão tirando consumidores de seus mercados a cada mês”.