Greve

Metalúrgicos rejeitam proposta de montadora

A falta de acordo para pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) desencadeou uma greve, por tempo indeterminado, dos metalúrgicos da montadora Renault-Nissan, em São José dos Pinhais.

A última proposta da empresa, recusada ontem pelos trabalhadores em assembleia no início da manhã, oscilava entre valores de R$ 6,2 mil e R$ 7,5 mil, dependendo do atingimento de metas estabelecidas pela companhia. A categoria está negociando os benefícios em todas as principais empresas do setor, na Grande Curitiba.

A paralisação praticamente parou as unidades do chamado Complexo Ayrton Senna, que tem cerca de 3,5 mil funcionários. O local, de acordo com a assessoria de imprensa da Renault, teve todos os acessos bloqueados pelos grevistas.

Como anteontem os trabalhadores já tinham cruzado os braços por 24 horas, estima-se que mais de 1,5 mil veículos já deixaram de ser fabricados, pelo menos até a realização da próxima assembleia, no início da manhã de segunda-feira (17).

A empresa, que na quinta-feira (13) havia se declarado “surpresa” com a reprovação da proposta pelos metalúrgicos, reiterou ontem que o PLR oferecido é muito bom.

Pela proposta, para receberem o valor máximo oferecido, os trabalhadores tinham que atingir, este ano, pelo menos três metas: 5% de participação no mercado nacional, a produção de 187,7 mil veículos, mais alguns indicadores de qualidade. Com ou sem todas as metas atingidas, os funcionários receberiam, já na semana que vem, adiantamento de R$ 4.750.

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), no entanto, informou que os trabalhadores consideram as metas inatingíveis, dificultando o recebimento de 100% do PLR. Eles querem pelo menos elevar o valor da primeira parcela e jogar a discussão da segunda para os próximos meses.

Enquanto isso, a montadora diz que a meta é definida mundialmente e que, apesar de alta, é proporcional ao desempenho do ano passado, quando a empresa fechou o ano com 3,9% de participação no mercado – queda de 0,4 ponto – e produziu 121,6 mil veículos.

A base do SMC para as negociações dos PLRs nas empresas do setor metal-mecânico, na Grande Curitiba, vem sendo o acordo de R$ 9 mil fechado recentemente na montadora da Ford localizada em São Bernardo do Campo (SP).

Outras empresas

As negociações também continuaram, ontem, nas principais indústrias do setor na Grande Curitiba. Na Cidade Industrial, a New Holland recebeu dos trabalhadores prazo até segunda-feira para melhorar sua proposta.

A assembleia para aprová-la ou não será realizada no dia seguinte. Na Bosch, haverá decisão na segunda-feira e o Sindicato aponta como grande a chance de greve.

Na Volvo, os metalúrgicos, que exigem PLR de R$ 10 mil, ocuparam ontem o estacionamento da empresa e deram um ultimato para que a montadora apresente sua proposta.

Já na Volkswagen, em São José dos Pinhais, os metalúrgicos também aguardam proposta, nos mesmos moldes do acordo fechado na unidade da empresa em São Bernardo do Campo. Em ambas, as próximas assembleias estão marcadas para a terça-feira (18).

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