Mercado piora projeções para superávit/PIB de 2015 a 2019, revela Focus

Depois de prever pela primeira vez na semana passada uma relação negativa para o superávit primário deste ano na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), o mercado financeiro ampliou essa piora agora no Relatório de Mercado Focus, divulgado toda segunda-feira, 14, pelo Banco Central. A taxa prevista para 2015 passou de -0,10% na semana passada para -0,20% agora.

As projeções vêm sendo reduzidas nos últimos meses, mas houve uma deterioração mais evidente depois que, no fim de julho, o Ministério da Fazenda informou que a meta de superávit primário deste ano mudou de 1,13% do PIB para 0,15% do PIB e que passou a permitir um abatimento de R$ 26,4 bilhões se houver frustração de receitas.

Para 2016, a piora das expectativas também é latente. A mediana saiu na semana passada de 0,50% para 0,20% e agora aponta para estabilidade. Esse esfacelamento das previsões é reflexo do orçamento da União de 2016, deficitário em R$ 30,5 bilhões. Com isso, o governo deixa de lado a meta de superávit fiscal estabelecida para o setor público consolidado no próximo ano e passa a trabalhar com uma previsão de déficit de 0,34%. Isso porque o rombo no orçamento da União equivale a 0,50% do PIB, enquanto, ao mesmo tempo, o governo projeta um resultado fiscal positivo de 0,16% do PIB para Estados e municípios.

O efeito dominó de piora das projeções pode ser visto ainda para os anos seguintes. No caso de 2017, a taxa mediana do superávit primário em relação ao PIB apresentada pelo mercado financeiro seguiu em 1,00% de uma semana para outra. Para 2018, a expectativa caiu de 1,50% na semana passada para 1,45% nesta segunda-feira. Até para 2019, período mais distante que pode ser observado no boletim Focus, houve deterioração das estimativas para o superávit/PIB, passando de 1,81% na edição anterior para 1,58% agora.

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