Mercado desaquecido faz montadora dar férias

De ontem até a próxima segunda-feira, a Renault do Brasil deixará de produzir 2,9 mil automóveis em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Com 7 mil veículos estocados no pátio da fábrica e estoque de 30 a 35 dias na rede de concessionárias – o normal é 20 a 25 dias – a montadora concedeu dez dias de férias coletivas aos 900 empregados da fábrica de automóveis de passeio, que produz os modelos Scénic e Clio.

Segundo a montadora, a paralisação se deve ao desaquecimento do setor automobilístico do Brasil na primeira metade de 2002. “É um ajuste de produção em função do mercado, como a GM também está fazendo. Toda a concorrência projetava vendas muito mais altas no primeiro semestre”, argumentou o vice-presidente comercial da Renault do Brasil, Dominique Maciet, em entrevista coletiva concedida na semana passada. “Acreditamos em crescimento no segundo semestre”, acrescentou.

Embora reconheça que a operação-padrão dos auditores fiscais ajudou a desorganizar a produção, o executivo salienta que este não é o principal motivo das férias coletivas. No ano passado, a empresa interrompeu a produção por duas vezes, também visando ajustar os estoques comerciais. A Renault esclarece que as fábricas de motores e de utilitários – também instaladas no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais – continuarão produzindo normalmente. Ao todo, a montadora emprega 3 mil funcionários.

Perspectivas

Apesar da desaceleração no ritmo da fábrica, a montadora francesa estima crescimento de pelo menos 8% nas vendas deste ano. No ano passado, foram comercializados quase 70 mil carros, o que representou fatia de 4,8% entre as montadoras do Brasil. Com previsão de venda de 75 mil a 80 mil veículos em 2002, a empresa espera atingir 5% de participação no segmento.

Ontem começou a comercialização da picape Frontier, da Nissan, fabricada na planta conjunta com a Renault no Paraná, onde também é feito o furgão Master, da Renault. A expectativa da Nissan é vender 3 mil unidades da caminhonete até o final do ano. Em maio de 2003, a montadora japonesa pretende lançar o 4×4 X-Terra, cuja produção na fábrica conjunta deve iniciar no final do ano.

Voltar ao topo