Mercado de crédito responde como esperado, diz BC

O diretor de política econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, demonstrou certa satisfação com a recente evolução do setor de crédito no Brasil. Após apresentar indicadores que mostram moderação nas concessões de empréstimos e aumento das taxas de juros, ele ressaltou que “o mercado de crédito respondeu da maneira que esperávamos às medidas anunciadas, tanto as macroprudenciais como o aumento da taxa de juro”.

“A gente observa uma certa moderação com o volume de concessões. A avaliação dos executivos do sistema financeiro também é de que as condições de crédito são ligeiramente mais restritivas que as vistas no trimestre anterior”, disse hoje o diretor, após a divulgação do Boletim Regional do BC.

Dois dos vários exemplos apresentados por Carlos Hamilton foram o crédito pessoal e o financiamento de veículos. Na primeira operação, o juro médio praticado atingiu 40,3% ao ano em 6 dezembro de 2010. Após medidas macroprudenciais e o ciclo de aumento dos juros iniciado em janeiro, a taxa saltou para 49% ao ano em julho. Nas operações para compra de veículos, a concessão mensal dessazonalizada chegou perto dos R$ 11 bilhões no fim do ano passado e recuou para cerca de R$ 9 bilhões em julho.

“Nesse sentido, acreditamos que o mercado de crédito está caminhando mais em linha com o que nós esperávamos no fim do ano passado e início do ano, que é a expansão de 15% das carteiras em 2011. Acreditamos que o mercado tem se deslocado para essa taxa de expansão”, disse Carlos Hamilton, ao esclarecer que o ritmo esperado de 15% do crédito em 2011 é apenas uma projeção e não é uma meta do BC.

Inflação

Além de minimizar as preocupações com o aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) em agosto, Hamilton destacou hoje que os núcleos de inflação têm apresentado sinais de acomodação. “Assim como aconteceu com a inflação plena, os núcleos dos índices também têm mostrado certa moderação. Eles ainda estão elevados, mas estão apresentando moderação”, disse.

Carlos Hamilton demonstrou confiança de que, assim como os índices cheios, os núcleos dos índices de inflação também devem desacelerar mais fortemente nos próximos meses. “Acreditamos que, olhando adiante, esse movimento de acomodação vai ter continuidade tanto em termos de inflação plena como a inflação medida pelos núcleos. Em linha com a expectativa de que a inflação deve convergir com o centro da meta em 2012”, disse.

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