Meirelles: classificação de risco é menor do que deveria

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, ressaltou hoje que as condições econômicas sólidas do País já permitiriam uma elevação do rating (classificação de risco) apurado por agências internacionais, quando levado em consideração o nível de dívidas do Tesouro Nacional em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB). “Se nós fizermos uma comparação do endividamento do Tesouro com o produto, comparado com diversos países, principalmente aqueles que estão enfrentando problemas fiscais, inclusive alguns europeus, nós vamos ver que o rating do Brasil está um pouco abaixo do que poderia ou deveria ser”, disse. O Brasil atingiu o investment grade (grau de investimento) em 2008 pela Standard & Poor’s e pela Fitch e em 2009 pela Moody’s.

No sexto congresso paulista de Jovens Empreendedores, que está sendo realizado hoje na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Meirelles destacou que “o Brasil é o País do presente”, que inclusive, segundo a Unctad, é o terceiro destino para investimentos estrangeiros no mundo e está chegando perto do segundo colocado, que é a Índia. “O País tem expectativa de crescimento sustentado pela frente”, afirmou Meirelles, destacando que os investimentos no Brasil estão crescendo porque a economia apresentou avanços significativos, como a inflação na meta nos últimos sete anos, o rigor na gestão das contas públicas e a trajetória cadente da dívida pública líquida. Segundo ele, tal indicador estava perto de 63% do PIB no início do governo Lula e agora está ao redor de 40% do PIB.

Meirelles também destacou que, em 2003, além da inflação ter registrado um nível muito elevado – em maio indicava a marca de 17% acumulados em 12 meses – o Brasil tinha fragilidade nas contas internacionais. Segundo ele, naquele ano, as reservas cambiais chegaram a atingir a marca de US$ 16 bilhões. Diante daquele montante, Meirelles ordenou que as reservas não fossem mais vendidas, pois era uma questão de tempo até elas ficarem ainda mais baixas.

Segundo ele, contudo, com o passar dos meses, os agentes econômicos passaram a confiar mais na política econômica do governo, o que permitiu que as contas do País melhorassem e, em janeiro de 2004, o governo iniciou a política de compra de reservas internacionais, que continua até hoje. “Naquela época, não imaginávamos que chegaríamos a ter (no atual momento) US$ 285 bilhões de reserva”, disse.

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