Medo da crise derruba o consumo

Dois dias depois da entrada em vigor, no Paraná, da minirreforma tributária, os consumidores já podem sentir diferenças nos preços dos produtos atingidos pela medida. Por um lado, supermercados, lojas de departamentos e farmácias estão anunciando descontos proporcionais à diminuição na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de 18% para 12%, em 95 mil produtos.

Por outro, vários postos de combustíveis já aplicaram o anunciado aumento de R$ 0,10 no litro da gasolina, decorrente da maior tributação sobre o item, que chega agora a ser vendido, nas bombas, a até R$ 2,59.

Das redes de supermercados, pelo menos o Condor e o Super Muffato anunciaram descontos que refletem a redução do ICMS iniciada na quarta-feira (1.º). De acordo com o gerente do Super Muffato de Cascavel, Marcos Wichoski, produtos de mercearia e perecíveis já tiveram preços reduzidos.

Enlatados, como milho verde, ervilhas e molho de tomate tiveram reduções de 5,7%. Produtos da cesta básica tiveram desconto de 6,2%, e até ovos de Páscoa ficaram mais baratos, segundo ele, que espera que as vendas cresçam em torno de 15%, em abril.

Conforme o empresário Joanir Zonta, as lojas da rede Condor, da qual é proprietário, baixaram em 6% a 8,5% os preços das mercadorias atingidas pela diminuição do ICMS. Isso corresponde, segundo ele, a aproximadamente 5 mil itens.

A redução inclui alimentos e todos os produtos do bazar. A rede espera que as vendas aumentem em 5%, devido aos descontos. Para Zonta, a concorrência deverá fazer com que os descontos se estendam por todo o setor.

Outro segmento que já anuncia descontos é o de farmácias. A rede Nissei, por exemplo, já anunciou as reduções nos valores de medicamentos, cosméticos e produtos de higiene, que tiveram queda de 6% nos preços, a partir da alteração nas alíquotas. Em alguns remédios, ainda, um recente aumento de 5,9% acabou não sendo repassado ao consumidor, de acordo com informações da rede Farmais.

Espera

Já nos eletrodomésticos, os descontos podem demorar mais algumas semanas para aparecer. Na rede Mercado Móveis, por exemplo, a previsão é que os preços dos produtos atingidos pela minirreforma caiam a partir da segunda quinzena de abril. Isso porque as lojas ainda têm, nos seus estoques, itens comprados antes das mudanças, sob as alíquotas antigas.

Outro setor que ainda não tem definição sobre possíveis descontos é o de bares e restaurantes. De acordo com o presidente da regional paranaense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Marcelo Pereira, ainda é prematuro analisar a situação: “Temos que ver se os descontos efetivamente vão chegar aos produtos. Nossos fornecedores, por exemplo, ainda não repassaram a redução”, diz ele, que acredita que, se o repasse acontecer, os descontos deverão repercutir nos cardápios.

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