Medidas para conter os preços

Em reunião realizada esta semana no Ministério da Fazenda, em Brasília, com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, ficou definido que o governo federal anunciará nas próximas semanas medidas para ampliar a produção de alimentos no País. Os ministros avaliaram que a crise pode ter longa duração.

?O Brasil está mais protegido na questão da alta do preço dos alimentos por ter apostado em políticas públicas voltadas à reforma agrária e à agricultura familiar. Um dado importante é a alta de 83% da cesta de produtos nos últimos 36 meses no mundo, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação). Enquanto isso, no mesmo período, no Brasil, o aumento foi de 25%?, destaca o ministro Guilherme Cassel.

Culturas mais visadas

Neste momento, os ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estão discutindo os seus planos safra, que deverão ser impactados pela crise e direcionados para a maior produção de alimentos. O ministro Cassel ainda adianta que as medidas devem contemplar cada cultura de forma diferenciada – especialmente o arroz, feijão, leite, milho, mandioca, trigo, carne e aves.

?Uma análise geral aponta que esta crise é real e tem muitas razões, entre elas o fator especulativo, questões climáticas no mundo e o aumento da demanda dos países em desenvolvimento. Esses fatores jogam os preços para cima. Por isto, sabemos que esta crise pode ser de longa duração?, afirma. ?Os fundos de ações especialmente depois da crise norte-americana migraram para as commodities, comprando até três safras antecipadas. Isto nos aponta que a crise pode ser de cinco a 10 anos.?

Força da agricultura familiar

O ministro defende o aumento da produção de alimentos pela agricultura familiar, que representa 4,2 milhões de famílias. Elas já produzem mais de 70% do que consumimos. O segmento produtivo é responsável por 25% do café, 31% do arroz, 67% do feijão, 84% da mandioca, 49% do milho, 58% suínos e 52% do leite produzidos no Brasil. No campo, esse segmento produtivo representa 80% da mão-de-obra. 

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