Mantega diz que crescimento não será afetado por crise externa

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (30) que o nível de crescimento do Brasil não será afetado pelas turbulências no ambiente financeiro internacional. Segundo ele, "na pior das hipóteses, haverá uma pequena redução do crescimento em 2008". Em entrevista coletiva à imprensa, após a reunião ministerial, Mantega destacou que a economia tem sido sustentada mais pelo mercado interno do que pelo mercado externo. "E isso se deve porque constituímos um mercado de massa, aumentamos o poder de consumo da população", disse.

O ministro afirmou que foi feita uma revolução no crédito, uma política de recomposição do salário mínimo e distribuição de renda no país. "Fizemos a inclusão de milhões de famílias no consumo e garantimos a demanda para as empresas que têm oferta", afirmou.

Mantega disse que, durante a sua exposição na reunião ministerial, ele mostrou que o processo de crescimento econômico tem sido sustentado e que foi instituído no país um novo modelo de desenvolvimento: "o social-desenvolvimentista". Segundo ele, esse novo modelo combina crescimento econômico com distribuição de renda e redução da pobreza. "O crescimento é sustentável e se fez a partir da redução da vulnerabilidade do País, que está sendo posta a prova agora com as turbulências internacionais", declarou o ministro.

O ministro lembrou que as reservas internacionais estão em US$ 161 bilhões e que o déficit nominal divulgado ontem pelo Banco Central (BC) foi o menor da história do País – 2,08% do PIB. Mantega também disse que a economia brasileira é "poderosa e confiável" por causa do nível de ajuste fiscal que foi feito. O ministro disse que, em breve, o Brasil alcançará um déficit nominal zero. Também há no País uma estabilidade monetária e controle da inflação, acrescentou. "Isso nos permite dizer que teremos nenhuma ou pouca repercussão das turbulências internacionais, que ainda devem durar algumas semanas", avaliou.

Mantega lembrou que não houve fuga de capital do Brasil e que o saldo de capital foi positivo nestas três semanas de crise. "Outra prova contundente é que não houve tentativa de vendas dos títulos brasileiros. A segurança é muito forte", afirmou.

O ministro também disse que outra prova do aumento da "fortaleza" do Brasil são as citações do crescimento do País em documentos de órgãos de autoridades internacionais. Ele disse que a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), divulgada nessa semana, comenta o crescimento robusto do Brasil e afirmou que a revista The Economist também tem trazido reportagens sobre a expansão da economia brasileira.

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