Lula será destaque no fórum mundial de Davos

Davos (Suíça) – Sob muita neve, foi aberto oficialmente ontem pela manhã o Fórum Econômico Mundial. A maior reunião capitalista do mundo, que se realiza nos próximos cinco dias, será palco para os países se projetarem com idéias e conceitos, na maior parte das vezes, ligados aos negócios.

Os debates em torno dos rumos da economia mundial tendem a ser os principais do Fórum Econômico Mundial, mas sempre há espaço para discussões na área social, como aconteceu em 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou a campanha global de combate à fome e à miséria. Naquele ano, Lula foi pela primeira vez ao Fórum Econômico Mundial. No ano passado, ele não participou do evento.

Este ano, Lula também deve ser uma das principais personalidades do Fórum Econômico Mundial. No dia 28, quando chega à cidade, Lula participa, à noite, de uma plenária com lideranças do Sul que também estarão no evento. O encontro será seguido de um jantar com representantes de países ibero-americanos.

Para o Brasil, o fórum será muito mais do que um lugar para troca de experiências. Será uma oportunidade para o governo brasileiro explicar a empresários internacionais que o País está mais forte e pronto para receber investimentos. Este é, talvez, o motivo principal da ida do presidente Lula a Davos, como revelou recentemente o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Lula também vai apresentar as propostas do Brasil para o cenário político e social internacional no período 2005-2006.

No próximo dia 29, Lula e os ministros que o acompanham participam de uma rodada de negócios promovida pelo governo brasileiro com investidores internacionais. O objetivo é apresentar aos empresários europeus as perspectivas de investimentos no Brasil, como já foi feito em Genebra e em Nova York, no ano passado.

Nesta edição, o tema do Fórum Econômico Mundial é "Assumindo Responsabilidade por Escolhas Difíceis", mas temas como injustiças sociais, terrorismo e conflitos mundiais também farão parte dos debates.

O Fórum Econômico Mundial ocorreu pela primeira vez em 1971. Inicialmente, o objetivo do encontro era reunir chefes de empresas européias para debater problemas conjunturais. Atualmente, os organizadores do fórum contam com cerca de mil grandes empresas que pagam cotizações anuais para financiar a realização do evento.

Brasil na lista dos emergentes

A economia mundial manterá provavelmente o ritmo de recuperação em 2005, com a China e a Índia liderando esse processo, enquanto que a Rússia, a Turquia, o Brasil e o México poderiam se consolidar como os mercados emergentes mais atrativos, disse ontem o vice-presidente da American Internacional Group, Jacob Frenkel, em palestra no Fórum Econômico Mundial.

Para ele, Brasil e México, ambos vítimas de uma grave crise financeira na última década, têm mostrado que podem voltar a atrair investimentos com o uso de políticas adequadas.

Ele acrescentou que o déficit de conta corrente dos Estados Unidos é uma ameaça à economia mundial e disse que a variação cambial também é motivo para preocupação.

Frenkel disse que o dólar continuará sendo a moeda de referência para o mundo já que, apesar dos problemas que o país enfrenta, os Estados Unidos têm uma economia competitiva, desregulada, flexível e atrativa aos investidores.

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