Recomendação presidencial

Lula pede vigor e ousadia para enfrentar crise

A hora é de trabalhar com todo vigor e ousadia. A recomendação foi feita hoje, em discurso na abertura do IX Fórum dos Governadores do Nordeste, no Recife, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que pregou “o máximo de economia em custeio e o máximo de gastos em investimentos com obras públicas” como forma de induzir a economia e reduzir efeitos da crise. Nesse contexto, Lula afirmou que não haverá diminuição das obras da Petrobras “em nem um dólar”.

A implantação das refinarias de petróleo do Ceará, Maranhão e Pernambuco será mantida. “Vamos continuar fazendo contratos.” O presidente observou que poucos países se encontram na situação fiscal do Brasil, daí a necessidade de que o dinheiro disponibilizado não deixe de ser aplicado.

Neste momento, segundo Lula, as prefeituras e os governos estaduais e federal podem ser os indutores. “Vai depender muito da nossa capacidade e ousadia”, reiterou, ao destacar que o crédito será regularizado o mais rápido possível e ao falar da importância do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Precisamos desvendar e tocar obras o mais rápido possível”, afirmou. “Temos que fazer operação pente-fino”, ver os obstáculos que possam emperrar a implantação das obras. “É hora de trabalhar com todo vigor e ousadia para que dinheiro disponibilizado não deixe de ser aplicado”, reforçou.

Para Lula, o debate sobre a crise com a população é um desafio, diante da forma como a sociedade está recebendo a informação sobre o assunto, levando-a a temer e a não consumir. “O trabalhador comum que está pensando em comprar um carro e não tem medo de perder o emprego porque é concursado, mesmo assim não compra, na medida em que ouve falar tanto em crise e em desemprego. Mesmo com nível de emprego crescendo.” Segundo Lula, esse trabalhador não sabe que se perde o emprego porque não se compra. O desafio, segundo o presidente, é como fazer esse debate com a sociedade.

Antes do presidente, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, fez uma explanação sobre a situação da economia e das finanças do País e as medidas adotadas pelo governo para enfrentar a crise. Ela também defendeu investimentos públicos, observou que gasto nocivo de custeio não significa cortar o Bolsa Família ou investimento na área de educação ou saúde e defendeu ações de uma política econômica anticíclica, que definiu como “manutenção e garantia de emprego”.

O pré-sal, o PAC e os programas sociais, segundo Dilma, são anticíclicos e devem ter mantidos os seus investimentos. O IX Fórum dos Governadores do Nordeste teve a participação dos nove governadores nordestinos, mais os governadores de Minas Gerais, Aécio Neves, e do Espírito Santo, Paulo Hartung, e dez ministros de Estado.