Lula defende livre comércio do Panamá com o Mercosul

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de uma área de livre comércio entre o Mercosul e os países da América Central para a construção de uma parceria que vá ?além da retórica e das boas intenções.? A declaração foi dada ao final de reunião, ontem, com o presidente do Panamá, Martín Torrijos-Espino. ?Estou convencido de que a criação de uma área de livre comércio entre o Mercosul e o Sica, e as conversas diretas entre o Mercosul e o Panamá podem ser instrumentos importantes nessa direção?, disse Lula. O Sica, ou Sistema de Integração Centro-Americana, é o bloco formado por Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá.

O presidente do Panamá, por sua vez, mostrou que seu país pode ser uma plataforma para a reexportação de produtos brasileiros destinados aos mercados dos Estados Unidos e aos países da Ásia e da América Central, em especial o etanol. Ele explicou que o Panamá já se apresenta como uma plataforma logística e poderá vir a se beneficiar, adicionalmente, com o Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos, cuja negociação deve ser concluída até o final de junho. ?Com ou sem o TLC, o Panamá é uma plataforma que permite a colocação de produtos em uma série de mercados, especialmente nos Estados Unidos e do Canadá?, afirmou.

Segundo Torrijos-Espino, o Panamá dispõe de 144 rotas de exportação para os Estados Unidos e de 14 mil navios. Torrijos-Espino afirmou ainda que pretende ver empresas brasileiras participarem das licitações para a ampliação do Canal do Panamá – um projeto de US$ 5,2 bilhões. ?Queremos que o Panamá seja a porta do Pacífico para o Brasil?, disse.

Ontem, foram assinados seis acordos de cooperação entre Brasil e Panamá envolvendo as áreas de turismo, transporte aéreo, cultura, esportes, desenvolvimento industrial, inclusão digital e saúde. Foram complementados acordos já existentes em áreas como combate à dengue e a hantavirose.

O programa de combate à fome, pobreza e injustiça social implantado no Panamá e conduzido pela primeira-dama daquele país, Vivian Fernández de Torrijos, foi ressaltado por Lula. Um dos convênios assinados ontem prevê uma cooperação entre o Serviço Social da Indústria (Sesi) do Distrito Federal e o escritório da primeira-dama panamenha. 

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