Juro vai cair mais com inflação controlada

Foto: Agência Brasil

Guido Mantega: juros no menor patamar histórico.

São Paulo  – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que a taxa básica da economia, a Selic, continuará a cair nos próximos meses porque a inflação está sob controle. ?Os juros vão continuar a ser reduzidos nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), porque a inflação está absolutamente sob controle?, disse ele, durante a apresentação de empresários do setor de turismo que participam do Fórum Panrotas, em São Paulo.

 Mantega destacou que, no início do governo Lula, a Selic estava em 25% ao ano e que hoje encontra-se em 12,75%. Da mesma forma, ele salientou que a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 6,50%, está em seu ?menor patamar histórico?.

O ministro afirmou também que o Brasil já entrou na rota de crescimento sustentado. ?Não estamos falando de uma promessa, de um desejo do governo, mas, sim, da realidade?, enfatizou, acrescentando que o PIB do quarto trimestre de 2006 apresentou expansão de 3,8% em relação a idêntico período de 2005 e que os números de vendas do varejo ?começaram o ano muito bem?.

?O avião estava com uma série de problemas em 2003, quando assumimos o governo, mas nós conseguimos consertá-lo?, disse. ?A economia brasileira já decolou, está acelerando o crescimento e está se aproximando da velocidade do cruzeiro, que, pra mim, é um PIB de 5%?, acrescentou.

Crédito

Mantega ressaltou ainda que o segmento de crédito passou por uma ?verdadeira revolução? nos últimos cinco anos, dando como exemplo o crédito bancário, que passou de 24% do PIB em 2003 para 34% no ano passado. Ele disse que o mercado de capitais está se duplicando a cada ano.

Informou que este setor apresentou um volume de R$ 125 bilhões em IPOs (oferta pública inicial) no ano passado e que a perspectiva de 2007 é de um montante de R$ 200 bilhões. ?Isso é muito importante porque é um capital barato para todo o tipo de empreendimento?, comentou.

O ministro salientou que nos últimos anos houve redução dos spreads, mas admitiu que as taxas ainda deixam muito a desejar. ?Já caminhamos uma parte do percurso. Tínhamos dois bodes na sala e já conseguimos tirar um deles?, disse, acrescentando que uma de suas missões pessoais é a de reduzir os spreads da economia brasileira para que o custo dos investimentos e do capital de giro sejam menores.

Sobre a inflação, ele disse que a inércia está cada vez menor porque a economia está menos indexada, o que propicia uma economia mais estável e conseqüentemente melhora a confiança dos empresários para que possam fazer investimentos de longo prazo. Mantega afirmou que um bom exemplo é o da construção civil que, segundo ele, vinha apresentando ?trajetória muito ruim? nos últimos dez anos e que hoje está despontando como um dos pólos de crescimento brasileiro.

O ministro comparou a inflação brasileira em 2006 (3,1%) com a de países avançados (2,6%) e também com a de nações em desenvolvimento (5,5%) do mesmo período. ?Queda da inflação é fundamental para sustentar o crescimento?, afirmou.

Em relação às reservas internacionais, Mantega disse que foi mera coincidência o período de maior acúmulo de dólares no País com a sua posse no cargo, e salientou, que com um nível baixo de reservas o Brasil era frágil e sujeito a especulações. ?Hoje as reservas superam US$ 106 bilhões, recursos maiores do que um montante que o governo tem de pagar ao exterior (US$ 63 bilhões)?, comparou.

O ministro disse também que o quadro fiscal é atualmente confortável e que o fato de o superávit primário ter atingido 7,6% do PIB em janeiro ?calou as vozes dos que sempre questionam o cumprimento da meta?.

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