Itaú Unibanco antecipa previsão de corte da Selic para julho

O Itaú Unibanco revisou nesta sexta-feira, 1, suas projeções macroeconômicas e antecipou para julho a estimativa de início do corte da taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Anteriormente, o banco previa para agosto o começo de um ciclo de afrouxamento monetário. Desta forma, a Selic, hoje em 14,25%, deve encerrar 2016 em 12,25%, ante 12,75% da estimativa anterior. Também houve diminuição na estimativa para o fim de 2017, de 10,50% para 10,00%.

Entre os motivos apontados para o início mais rápido do afrouxamento monetário, está “a trajetória mais benigna da inflação”. Segundo o Itaú Unibanco, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 6,9%, ante 7,0% da estimativa anterior. A projeção para a alta dos preços livres passou de 7,3% para 7,0%, enquanto a de preços administrados subiu de 6,2% para 6,7%. Para 2017, a instituição manteve a expectativa de inflação em 5%.

Para a instituição, contribui para a inflação menor uma taxa de câmbio mais apreciada que o esperado anteriormente. Segundo o Itaú Unibanco, a moeda norte-americana deve encerrar 2016 cotada a R$ 4,00, ante R$ 4,35 da estimativa anterior. Para 2017, a nova projeção é de R$ 4,25, ante R$ 4,50.

Já a estimativa para o déficit primário de 2016 foi alterada de 1,6% para 1,7%, diante da continuidade de uma dinâmica desfavorável das contas públicas em meio ao impasse sobre a implementação de reformas econômicas. “A piora das contas públicas pode se traduzir num realinhamento de preços relativos mais intenso e prolongado do que o contemplado nas nossas projeções para inflação”, diz o relatório.

As expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) foram mantidas, com queda de 4,0% esperada para 2016 e alta de 0,3% em 2017. Neste cenário de recessão econômica, a taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua deve ficar em 13% no fim deste ano e em 13,4% ao fim do ano que vem.

Ao revisar suas estimativas, a instituição financeira considera que o País convive com um “cenário binário”, em que a ausência de ajustes e reformas levaria a economia a ter piora fiscal, confiança baixa e dificuldade de retomar o crescimento. Por outro lado, havendo “mudanças e reformas”, diz o texto, “as perspectivas fiscais melhorariam, recuperando a confiança e permitindo a retomada da economia”.

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