IPCA está em linha com previsão do governo, diz Holland

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, afirmou hoje à Agência Estado que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, com alta de 0,43%, e os números bem comportados para alimentos são resultados em linha com a avaliação do governo de que inflação está em declínio no acumulado em 12 meses e está também em processo de convergência ao centro da meta, de 4,5%, em 2012. “A trajetória da inflação, com uma marca próxima a 0,4% em outubro, está exatamente como o governo previa há três meses”, afirmou. “O IPCA em 2011 deve ficar dentro do teto de tolerância, apesar de vários choques externos, como o de preços de commodities”, disse.

Holland disse que devido ao processo de arrefecimento da inflação, no acumulado em 12 meses, as expectativas para o IPCA em 2012 “devem mudar mais” na virada do ano. “Alguns bons analistas, com bons modelos econométricos, me informaram que já estimam a inflação para o próximo ano em 5% e não nos 5,57% apontados pela mediana das expectativas da Pesquisa Focus.”

Em função da melhora do cenário inflacionário do País, que vai continuar nos próximos meses, o secretário espera que no primeiro trimestre de 2012 as expectativas para o IPCA relativas ao próximo ano convirjam para a previsão do governo, que espera o índice no centro da meta de 4,5% no ano que vem.

Economia sólida

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda afirmou também que, apesar do processo desinflacionário vivido pelo País – que conta com fatores externos, como a crise internacional, sobretudo na Europa e nos EUA -, o “Brasil está firme, a economia está sólida” e não há no cenário risco de forte desaceleração do nível de atividade. “Não há necessidade de mais estímulo fiscal. Vamos cumprir o superávit primário cheio em 2012, além de registrar um ótimo resultado em 2011. O rigor fiscal será mantido”, afirmou.

PIB

Holland disse, na entrevista, que a evolução da economia brasileira nos próximos trimestres será favorável, o que levará o Produto Interno Bruto (PIB) a apresentar uma expansão entre 3,5% e 4% neste ano e 5% em 2012. “Apesar de um quadro externo adverso, em função da crise internacional e da deterioração fiscal de países europeus, sendo que alguns deles dão sinais de estarem em recessão, temos condições de manter um bom ritmo de expansão em 2011 e continuar avançando no ano que vem”, destacou.

Holland ressaltou que a crise econômica nos EUA e na Europa é muito séria e é agravada pela deterioração fiscal de vários países nos últimos três anos, entre eles Portugal e Itália.