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IPC curitibano inicia o ano com alta de 0,91%

A temporada de liquidações que marca o início do ano não foi capaz de segurar a inflação em Curitiba, que abriu 2011 com 0,91% de alta. Pela série histórica do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), que acompanha a evolução dos preços na capital por meio do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), janeiro teve a maior variação desde outubro de 2006, quando o índice foi de 0,92%.  

Essa disparada, que variou 0,23% em relação ao mês anterior (IPC de dezembro ficou em 0,68%), foi pressionada pelo grupo de despesas pessoais, que aumentou 2,60%. Nesse grupo, os reajustes nas mensalidades do Ensino Fundamental que, na média, ficaram 9,35% mais elevadas, tiveram peso fundamental na evolução do IPC da capital. Além disso, todos os grupos que pressionaram o IPC curitibano em 2010, seguiram em alta no mês de janeiro.

Alimentos e bebidas continuou a sequência de altas com 0,63% de ajuste e, no acumulado dos últimos 12 meses já apresenta elevação de 10,65%. Habitação aumentou 0,65% em janeiro e registra 9,01% de alta de fevereiro de 2010 até janeiro deste ano. E o grupo que responde pela alavancada de janeiro, o de despesas pessoais, acumula alta de 7,66% nesses últimos 12 meses. “Não só as mensalidades das escolas de Ensino Fundamental e Médio subiram, mas também cursos de idiomas e informática, bem como os cursos superiores. Esses aumentos foram muito representativos na formação do IPC de janeiro”, avalia o pesquisador do Ipardes, Marcelo Antonio.

Esforços redobrados

Para o pesquisador, o governo terá que redobrar os esforços para conter a inflação. “Ainda estamos pagando a conta de 2010, e janeiro mostrou que o ritmo inflacionário ainda está alto, mesmo com as primeiras medidas de contenção do Banco Central. Assim como em Curitiba, outras capitais também apresentaram um salto na variação deste mês em relação a dezembro do ano passado”, compara.

O impacto das variações positivas foi tão significativo que a queda do índice em grupos como vestuário (-0,27%) e artigos de residência (-0,51%) devido às tradicionais liquidações de início de ano não foi sentida. “Mesmo com grandes ofertas, janeiro contou com aumentos em vários grupos. O etanol seguiu a trajetória de altas, com 6,58% de reajuste, assim como itens bastante consumidos nesta época. As passagens aéreas, por exemplo, subiram 13,10%”.

Para o cálculo da inflação, o Ipardes pesquisa mensalmente em Curitiba, cerca de 60 mil preços de produtos consumidos por famílias que ganham de R$ 510 a R$ 20,4 mil. Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgará seus indicadores inflacionários de janeiro: Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A aposta do mercado é para novas altas. Tanto que ontem, pela nona vez consecutiva, foi revista para cima a meta inflacionária do ano que, agora, está em 5,66%.