Inflação atinge a indústria de refeições coletivas

A indústria brasileira de refeições coletivas espera crescer 12% neste ano, mesmo percentual de expansão registrada em 2007 – quando o faturamento bruto atingiu R$ 8,4 bilhões.

No entanto, vem sofrendo com a alta nos preços dos alimentos, que tem impacto direto entre 55% a 65% na composição do preço da refeição.

Outro problema é o que segmento trabalha com contratos anuais, e diante disso, tem tentado renegociar esses acordos.

De acordo com primeiro vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (Aberc), Rogério Vieira, até agora as empresas conseguiram renegociar cerca de 30% dos contratos, aplicando uma atualização de 10% a 12%.

?No entanto isso ainda está abaixo do ideal, que seria entre 16% a 18%?, ponderou. Comparado com os meses de abril de 2007 a abril de 2008, os óleos e gorduras subiram 67,53%; o feijão 138,8%; as farinhas e derivados 21,42%. No mesmo período a arroba do boi subiu de R$ 54,80 para R$ 83. ?Com isso não tem como se manter uma refeição ao preço médio de R$ 5,50?, falou Vieira.

Sobre a possibilidade de flexibilizar os contratos diante da alta dos alimentos, Vieira disse que essa seria a solução mais adequada, no entanto esbarra em cláusulas estabelecidas. A diferença de alíquotas estaduais é outro fator de impacto para o segmento.

O ICMS para as empresas não comerciais de alimentação só são diferenciados em Santa Catarina (0% de alíquota), Paraná (3% a 3,5%) e São Paulo (3,2%), e nos demais estados gira em torno de 8% a 12%.

Setor

O segmento de refeições coletivas emprega hoje 180 mil pessoas, e atende 8,5 milhões de refeições diariamente (se contar lanches e coffe break pode chegar a 12 milhões de refeições).

O setor é formado por cerca de 600 empresas, sendo que 100 respondem por 90% das atividades. Para 2008, as projeções da Aberc apontam para um faturamento bruto da ordem de R$ 9,5 bilhões. Para atingir essa meta, uma das estratégias será penetrar em outros segmentos, como exército e polícia militar, e ampliar participações na merenda escolar e construção civil. Também, operar em outros países. 

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