Industrial do Paraná está pessimista

A confiança do empresário industrial paranaense caiu 1,7 ponto no segundo trimestre de 2006 comparada ao primeiro trimestre do ano. O Índice de Confiança do Empresário Industrial Paraná (Icei-PR) registrou 48 pontos, o que revela pessimismo em relação à situação atual e às perspectivas para os próximos meses. O estudo é coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e realizado a cada três meses em todos os estados. No Paraná, o trabalho é feito pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias (Fiep).

O índice de confiança é medido com base em dois indicadores: a condição atual e a expectativa em relação aos próximos seis meses. Segundo a metodologia, índices inferiores a 50 pontos revelam pessimismo e superiores a 50, otimismo.

O resultado deste segundo trimestre de 2006 foi o segundo menor de todos os trimestres desde 2004, quando a pesquisa começou a ser feita no Paraná, e é um dos mais baixos de toda a série histórica. É a segunda queda consecutiva do Índice de Confiança no Paraná. No primeiro trimestre do ano a queda foi de 5,9 pontos em relação ao trimestre anterior.

?A redução é reflexo da desconfiança em relação à atual condição político-econômica do País?, acredita o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures. A frustração da safra e a desestruturação financeira derivada da paridade real/dólar também contribuíram para a redução do índice no Paraná, que ficou abaixo da média brasileira, que foi de 52,9. Embora superior ao resultado do Paraná, a confiança do empresariado brasileiro também vem caindo, passando de 57,2, no último trimestre de 2005, para 55 no primeiro trimestre de 2006 e agora chegando a 52,9.

O presidente da Fiep lembra que no último trimestre de 2005 houve uma pequena recuperação, com o Índice de Confiança no Paraná chegando a 55,6. ?Esta alta, no entanto, não se sustentou e agora caiu sucessivamente por dois trimestres, muito provavelmente pela insegurança em relação à situação do País?, afirma Rocha Loures.

Ele acredita que uma mudança no cenário só virá com alterações macroeconômicas, com a adoção de uma política econômica que privilegie o setor produtivo, reduzindo as taxas de juros e a carga tributária e mantendo o câmbio em patamares mais compatíveis com a atividade exportadora. ?Hoje, o que se vê são medidas que favorecem o sistema financeiro em detrimento da produção?, diz o dirigente.

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