Industrial do Paraná está otimista para 2008

Quase 88% dos empresários industriais paranaenses estão otimistas com o ano de 2008, contra 8,75% que estão pessimistas. É o que revela a XII Sondagem Industrial – pesquisa que foi realizada pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) com 652 empresários do setor. Desde 96, quando a pesquisa começou a ser realizada, é o maior índice de otimismo – até então, a melhor expectativa (87,46%) havia sido apontada para 2004. Este ano, o índice ficou em 87,87%.

 Mais otimistas, os empresários industriais devem aumentar os investimentos – daqueles que têm expectativas positivas, 38,23% responderam que farão novos investimentos em 2008, especialmente na produtividade (com 58,47%), aumento da capacidade produtiva (55,97%) e modernização tecnológica (55,61%). ?Os investimentos em 2008 devem superar os desse ano?, apontou o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo Costa da Rocha Loures.

Segundo ele, a entidade vai incentivar principalmente dois setores em 2008: a educação profissional e a inovação, através de aportes tecnológicos e financiamentos via Finep e BNDES. Outra bandeira da entidade em 2008 será a defesa da reforma fiscal – vital para que a economia cresça de forma sustentada, segundo Loures.

?Estamos vivendo um surto de crescimento, não dá para dizer que é um ciclo. Se não houver mudança na estrutura pública, se não houver reforma fiscal, tributária, esse surto pode não se converter em ciclo?, alertou Rocha Loures. ?O País tem condições de crescer 7% a 10% ao ano. O que segura é o mau funcionamento do setor público?, criticou.

Desempenho

Entre janeiro e outubro deste ano, as vendas industriais paranaenses cresceram 11% – o melhor desempenho dos últimos anos. Em 2008, segundo o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, dificilmente o setor repetirá tal desempenho. ?Mantidas todas as condições atuais, pode crescer entre 7% e 8% em 2008?, acredita.

Um dos obstáculos, segundo ele, é o possível agravamento da crise norte-americana. ?Se a economia americana ingressar na rota de recessão, haverá uma cascata regressiva e isso refletirá na economia mundial?, comentou.

Sobre o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira), Schmitt afirmou que ?no regime de concorrência perfeita? a diferença de preço pode ser repassada ao consumidor em alguns casos. Ele lembrou que, quando a contribuição foi implantada – com índice de 0,20% e não os atuais 0,38% -, verificou-se que a CPMF tinha peso de 2% na formação de preços da indústria. A Fiep deve apresentar, em janeiro, nova pesquisa apontando o que representa o fim da contribuição em termos financeiros. ?Teoricamente, há prejuízo para o governo, mas lucro para quem está do outro lado da equação?, apontou Schmitt, referindo-se à sociedade como um todo. 

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