Impostos levam o dinheiro da educação e do lazer

São Paulo (AG) – No ranking das principais despesas das famílias brasileiras feito a partir do ProConsumo, banco de dados lançado ontem pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) e pela consultoria Tendências, o pagamento de impostos diretos (como IR, IPVA e IPTU) ocupa o quinto lugar, empatado com os gastos com vestuário e acima das despesas com itens como educação, higiene pessoal e cultura e recreação.

O total gasto com impostos diretos alcança R$ 2,9 bilhões mensais, o equivalente a R$ 35 bilhões por ano. Esse valor não leva em conta os tributos embutidos nos produtos e serviços, cujos preços, segundo avaliação da Fecomercio, são compostos em média por 30% de impostos. Em primeiro lugar no ranking do ProConsumo aparece o item habitação, com despesas de R$ 18,3 bilhões.

Os brasileiros gastam ainda R$ 10,5 bilhões com alimentação, R$ 9,6 bilhões com transportes e R$ 3,4 bilhões com saúde. Inferiores aos gastos com impostos, as despesas com educação somam R$ 2,2 bilhões mensais, enquanto cultura e recreação consomem R$ 1,2 bilhão da renda dos brasileiros.

São Paulo

O Estado de São Paulo responde por 32,6% do consumo mensal de produtos no Brasil, embora concentre apenas 22,3% da população. São gastos R$ 20,4 bilhões no estado, para um total de R$ 62,7 bilhões no País. A Região Metropolitana de São Paulo, com uma participação de 11,9% do consumo nacional, é a segunda colocada do ranking. O Rio de Janeiro aparece como o terceiro maior mercado do País – com R$ 7,2 bilhões, o correspondente a 11,5% do total consumido, para uma população que representa 8,5% do total de habitantes do País. O último neste ranking é Roraima, estado com uma parcela de apenas 0,15% do consumo nacional e 0,16% dos habitantes.

Os dados podem ser encontrados no ProConsumo, um banco de dados contendo cerca de 11 milhões de informações e que refletem a desigualdade de renda do País.

As despesas totais das famílias paulistanas com renda superior a 30 salários-mínimos, que totalizam R$ 3,5 bilhões, superam o gasto total mensal da região Norte do País somado ao de Alagoas (R$ 3,43 bilhões). Os paulistanos também desembolsam todos os meses R$ 32,9 milhões na compra de perfumes, mais do que a despesa com todos os 131 produtos incluídos na base do ProConsumo em 5.320 dos 5.560 municípios do País.

Segundo a Fecomércio, o potencial de consumo da população residente em São Paulo deve-se ao maior poder aquisitivo na região, cuja renda per capita é 49% maior do que a média do País. 

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