Greve dos bancários chega ao 18.º dia sem acordo

A greve dos bancários, iniciada no último dia 15, segue sem previsão de acordo. Ontem, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Vantuil Abdala, se reuniu com representantes dos bancos para discutir o fim da greve. Não houve acordo, e a paralisação entra hoje no 18.º dia. Em Curitiba, os bancários decidiram, em assembléia, pela continuidade da greve. Cerca de 120 agências de Curitiba e região, de um total de quase 380, estão fechadas, a maioria do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Em todo o País, a paralisação atinge 24 capitais.

Segundo o coordenador de negociações trabalhistas da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Magnus Apostólico, não há possibilidade de um reajuste superior ao oferecido pelos bancos, que varia entre 8,5% e 12,7%. Os bancários pedem reajuste de 25%. Com isso, não haverá a reunião conjunta proposta pelo presidente do TST entre o comando de greve e os representantes dos bancos, que seria realizada na segunda-feira.

O presidente do TST lamentou o impasse nas negociações, afirmando que, se a greve se prolongar, a solução será o dissídio coletivo, para ele a solução menos desejada. Com isso, a Justiça do Trabalho decidiria o impasse e a greve acabaria no máximo entre 10 e 15 dias, prevê.

Na opinião de Abdala, ainda há possibilidade de acordo no início da semana que vem, para evitar que a disputa seja decidida pela Justiça. Já o coordenador da Febraban afirmou que a proposta inicial dos bancos era de 6% e nos últimos três meses, após negociação entre os sindicatos e os dirigentes dos bancos, a proposta foi elevada e chegou ao limite. Magnus Apostólico disse que a proposta é a melhor dos últimos dez anos, afirmando que a inflação nos últimos doze meses ficou em 6,7% (INPC).

Ele justificou a posição dos bancos dizendo que o custo com mão-de-obra representa entre 50% e 60% dos custos das instituições financeiras.

Aposentados

Começou ontem o pagamento de benefício pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) aos aposentados e pensionistas. Só no Paraná, cerca de 1,2 milhão têm direito ao benefício, sendo que quase 16.500 devem receber pela primeira vez e não têm o cartão magnético para sacar o dinheiro nos terminais de auto-atendimento.

Segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, a greve não atrapalhou o pagamento ontem. De acordo com o diretor do sindicato, José Paulo Staub, os aposentados e pensionistas puderam receber normalmente, uma vez que os grevistas abriram uma exceção. A assessoria de imprensa do INSS em Curitiba não soube informar se houve o registro de pessoas que não conseguiram receber, em detrimento da greve. O pagamento segue até o dia 7.

Em todo o País, há cerca de 370 mil novos aposentados e pensionistas que irão receber o benefício pela primeira vez e outros 22,5 milhões que já recebem o benefício e possuem o cartão, podendo sacar os recursos em caixas eletrônicos ou correspondentes bancários. Ontem, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) divulgou nota informando que o pagamento “transcorre normalmente, sem qualquer incidente relativo às paralisações dos bancários”.

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