Greve de advertência na Universidade Federal

Cerca de 2.550 dos 3.600 servidores técnicos administrativos da Universidade Federal do Paraná paralisaram suas atividades ontem, a partir das 8h, em protesto contra a aprovação do projeto de reforma da Previdência. A previsão é de que os funcionários voltem a trabalhar normalmente hoje, às 8h, completando 24 horas de manifestação.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Terceiro Grau Público de Curitiba e Região Metropolitana (Sinditest), cruzaram os braços funcionários de laboratórios, secretários de curso, bibliotecários, pessoal da manutenção, transporte, limpeza, entre outros. Eles passaram a maior parte da manhã de ontem em assembléia no restaurante universitário da UFPR, ao lado da Reitoria.

“Temos que nos mobilizar e tentar impedir que a reforma da Previdência, do jeito que está sendo planejada, aconteça”, disse o presidente do Sinditest, Antônio Néris. “Parece claro para todos que uma reforma se faz necessária. Porém, do jeito que está sendo projetada pelo governo, só tira direitos e prejudica os trabalhadores brasileiros.”

Os servidores são contra o fim da integralidade de vencimentos no ato da aposentadoria para todos os trabalhadores, o fim da paridade entre ativos e inativos, a contribuição previdenciária dos aposentados e a criação de qualquer tipo de previdência complementar e/ou fundo de pensão, porém a principal crítica era quanto ao estabelecimento de idade mínima para aposentadoria. Pelo projeto de reforma, os homens só vão poder se aposentar com 60 anos de idade e as mulheres com 55, após 35 anos de contribuição previdenciária.

“O estabelecimento da idade mínima é absurdo. Todo mundo sabe que, no Brasil, pessoas com mais de 40 anos de idade já não conseguem mais encontrar bons empregos”, protestou Antônio. “Ao contrário do que acontece em outros países do mundo, aqui não se contratam pessoas pela experiência, mas por produtividade.”

No próximo dia 14, representantes do Sinditest devem participar de uma Plenária Nacional dos Servidores Federais, em Brasília. Lá, decidirão se entram ou não, a partir do próximo dia 16, em greve por tempo indeterminado contra a reforma da Previdência.

Reajuste Salarial

Durante a assembléia no restaurante universitário, os servidores aproveitaram para falar sobre o índice de 3,17%, relativo a uma diferença de reajuste salarial que não foi concedida em 1995, que deveria ter sido incorporado a seus salários. De acordo com o Sinditest, o índice foi incorporado apenas aos salários dos professores, deixando de fora os técnicos administrativos. “A atitude de conceder o reajuste somente aos professores foi considerada discriminatória e preconceituosa”, informou o sindicato.

O órgão pretende lutar para que os técnicos também tenham direito ao benefício. Para não incorporar os 3,17%, a reitoria da UFPR estaria alegando falta de autorização do Ministério do Planejamento.

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