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Gasolina e diesel não devem subir. Mas etanol logo terá reajuste nas bombas

A partir desta terça-feira (1) começam a valer duas alterações na formação de preço da gasolina e do diesel que, segundo o governo federal e as entidades representantivas do comércio de combustíveis, não devem trazer consequências para o bolso de quem abastece com gasolina ou diesel.

Diante dessa garantia, cabe ao consumidor fiscalizar e até contestar qualquer alteração de valor, pois se de um lado, a Petrobras vai elevar em 10% o preço da gasolina A e em 2% o diesel na refinaria, por outro, o governo federal vai amortizar esse reajuste com a redução da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Pelo decreto 7.591, a Cide na gasolina passará de R$ 0,10 para R$ 0,091 por litro de gasolina. No diesel, a redução será de R$ 0,07 para R$ 0,047 por litro. A medida vale até 30 de junho de 2012.

Para o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustíveis-PR) a conta feita pelo governo federal deve fechar, ou seja, na bomba o consumidor não deverá observar qualquer alteração. “Pela nossa simulação o preço não terá alteração na bomba. Para tanto, os postos e os próprios consumidores precisam ficar de olho, pois sempre pode ter um espertinho querendo ampliar suas margens devido às alterações”, alerta o presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese.

Em relação ao futuro do preço no ano que vem, Fregonese explica que a redução temporária da Cide está com o encerramento previsto justamente na época em que a produção do etanol está no auge. “Isso tende a reduzir o valor do anidro usado na gasolina e a própria pressão exercida com a migração dos consumidores de etanol para a gasolina em função da disparada dos preços do álcool neste ano”.

Apesar da análise otimista, a renovação do canavial para garantir maior produtividade de cana e, por consequência, de álcool são questões que padecem de solução. Pelos dados da Associação dos Produtores de Bionergia do Estado do Paraná (Alcopar), esse cenário de baixa oferta de etanol tende a perdurar pelos próximos anos três anos, já que o ciclo da cana-de açúcar é longo e qualquer medida tomada só trará resultados a partir deste intervalo.

Logo, se os preços do etanol já ocupam um patamar de entressafra em pleno mês de novembro, daqui 30 dias, quando esgota a produção da safra 2011, novos reajustes vão estampar as bombas de etanol em todo o País. “Os postos já estão operando no limite das margens. Qualquer alteração na distribuidora altera o valor cobrado na bomba”, justifica Fregonese. Outra consequência desse gargalo do etanol é que fatalmente o governo federal deverá ampliar a importação dos dois combustíveis.