G-7 elogia o Brasil e pede à ONU ajudar no Iraque

O Grupo dos Sete (G-7) países mais ricos manifestou ontem sua satisfação com o rumo da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Recebemos com agrado as políticas macroeconômicas e as ambiciosas reformas estruturais que as autoridades do Brasil estão implementando”, afirmaram os ministros das Finanças dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Canadá num comunicado divulgado ao final de uma reunião na Blair House.

Washington

– O Brasil foi o único país mencionado no comunicado do G-7. Os ministros deixaram patente suas preocupações diante das incertezas que rondam a economia mundial e reafirmaram “o compromisso” dos governos dominantes do sistema financeiro internacional “com a cooperação multilateral” e “uma bem-sucedida liberalização do comércio através de uma pontual execução da Agenda de Desenvolvimento de Doha, notadamente em sistemas financeiros”.

Os ministros referiam-se às negociações da Rodada de Doha da Organização Mundial de Comércio, que estão paralizadas por causa das divergência entre os EUA, Europa e Japão sobre subsídios agrícolas, entre outros temas. “Encorajamos todos os mercados emegentes a seguir políticas sólidas e a melhorar seus climas para investimentos”, afirmou o G-7. “Essas políticas ajudarão a atrair fluxos financeiros, incluindo investimentos estrangeiros diretos, reduzir vulnerabilidades externas e a apoiar o crescimento sustentado.”

Mais significativamente, num momento em que seus governos continuam profundamente divididos por causa da guerra, os ministros concordaram que as Nações Unidas deve ter um papel central na estabilização e reconstrução do país. “Reconhecemos a necessidade de um esforço multilateral no Iraque. Apoiamos uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU”, disseram eles.

A declaração representou uma concessão do governo Bush às posições manifestadas pelos dirigentes do Banco Mundial, do FMI e de governos europeus que insistiram esta semana na importâncfia da reinserção da ONU na crise do Iraque. Agastada com a recusa do Conselho de Segurança em legitimar a invasão do Iraque, a administração americana vinha resistindo a essa abordagem e insistindo na primazia dos EUA na administração no pós-Saddam.

Diplomaticamente, os ministros sepultaram a proposta de criação de um mecanismo de reestruturação de dívida de países emergentes, desenvolvida pela vice-diretora-executiva do FMI, Anne Krueger, a pedido do próprio G-7. No governo Fernando Henrique Cardoso, o Brasil havia deixado sua oposição ao mecanismo agora arquivado. Em seu lugar, endossaram “a ampla promoção da adoção de Cláusulas de Acão Coletiva (as CACs)” nas emissões de dívida, a solução defendida pelos grandes investidores privados e pelas financeiras globais.

Snow otimista com medidas de Lula

Washington

– O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow, elogiou as políticas econômicas do governo brasileiro durante encontro que teve com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e o presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan. A informação foi dada por um porta-voz do Departamento do Tesouro norte-americano. Palocci viajou para Washington com o objetivo de manter uma série de conversações com autoridades econômicas norte-americanas. O porta-voz informou que Snow deve visitar o Brasil, o Equador e a Colômbia na semana do dia 21 de abril. “O secretário Snow elogiou as medidas preventivas adotadas no Brasil, que achamos estão dando frutos”, disse o porta-voz à imprensa.

Ele acrescentou que Snow também enfatizou os esforços do governo para as reformas tributária e da Previdência, que ele considera fundamental para a situação fiscal do governo. A agenda de Palocci em Washington incluiu encontro com o presidente da AFL-CIO, a central sindical americana John Sweeney, e com dirigentes do FMI e do Banco Mundial.

Já o diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, Anoop Singh, disse estar “cautelosamente otimista” em relação às perspectivas econômicas para a América Latina para este ano. Em relação ao Brasil, ele reservou palavras de confiança e otimismo. “O desempenho do Brasil tem sido particularmente animador e isso tem ajudado a melhorar as expectativas para a toda a região dado o papel da economia brasileira na América Latina”, afirmou.

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