Fundo americano pede US$ 400 mi pela VarigLog

O fundo americano Matlin Patterson, dono da VarigLog, não está buscando apenas um sócio brasileiro para se adequar à legislação nacional, que limita em 20% a participação de estrangeiros em empresas aéreas. De acordo com um consultor que foi procurado por Lap Chan, representante do fundo no Brasil, o Matlin busca um comprador interessado em pagar US$ 400 milhões por toda a VarigLog. ?O Lap pediu US$ 400 milhões e jogou muito duro. Aí a conversa não avançou?, afirmou Clésio Oliveira, que diz representar os interesses de uma empresa de logística. Oliveira é casado com Vandira Peixoto, assessora do ex-presidente José Sarney há mais de 20 anos.

Seus clientes, diz Oliveira, estariam dispostos a pagar cerca de US$ 150 milhões pela totalidade das ações da VarigLog, mas desistiram também por causa da briga judicial entre o fundo e os sócios brasileiros (Marco Audi, Luiz Gallo e Marcos Haftel). ?Existe o interesse nosso em nacionalizar a empresa?, diz ele. ?Mas essa é uma briga muito difícil.

Para retomar a negociação com Lap Chan, Oliveira está aguardando o desenrolar do caso VarigLog na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No dia 7 de julho, termina o prazo estabelecido pela agência para que o Matlin apresente uma nova estrutura societária que atenda ao limite de 20% estipulado pelo Código Brasileiro de Aeronáutica. Desde 1º de abril, por causa de uma decisão judicial que afastou os sócios brasileiros da sociedade sob acusação de má gestão e desvio de recursos, a VarigLog está sendo controlada e gerida pelo fundo americano, ainda que sob supervisão judicial. O juiz deu 60 dias para o fundo se adequar à lei, mas no início de junho a Anac concedeu mais 30 dias. Caso uma solução não seja apresentada, a empresa pode ter sua concessão caçada. A assessoria do fundo Matlin foi procurada, mas não retornou a ligação.

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