Fórmulas podem identificar combustíveis adulterados

De janeiro até hoje, em todo o Paraná, 19 pessoas foram presas por comercializar combustíveis adulterados. Em Curitiba, esse número chega a quatro. Os dados são do Comitê Sul Brasileiro de Qualidade dos Combustíveis (CSQC), que, em parceria com a Polícia Civil, realiza operações de combate à adulteração de combustíveis na região Sul do Brasil.

De acordo com o coordenador do CSQC no Paraná, Fabrizzio Machado da Silva, todas as ações já estão trazendo resultados. Em Londrina, na região norte do Estado, por exemplo, os motoristas já abastecem sem preocupações. “Antes das ações, registrávamos de quatro a cinco por cento de impurezas no álcool revendido em Londrina. Atualmente, esses índices estão zerados”, destaca.

Para que as fiscalizações fiquem mais rápidas e práticas aos consumidores, novas idéias estão surgindo para que o combustível adulterado seja identificado pelo próprio consumidor na hora do abastecimento. Um grupo de especialistas de Alagoas desenvolveu uma fórmula que aponta esse resultado em menos de um minuto.

“Basta acoplar o mecanismo com 2 mililitros (ml) de água sanitária na mangueira de abastecimento e acrescentar 40 ml de gasolina. Em trinta segundos, já temos o resultado”, explica um dos autores da idéia Claudeci Almeida Prado.

A equipe também desenvolveu uma fórmula para verificar irregularidades no álcool. “Seis gotas do reagente em 50 ml de álcool acusam a presença de água acima do permitido. Caso haja alguma irregularidade, de límpido e claro, o álcool passa para branco e leitoso. Ambos são métodos muito rápidos, mas que infelizmente, ainda não foram aprovados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP)”, conta Prado.

Em todas as modalidades de gasolina (comum, aditivada e premium), a mistura com solventes, excesso de álcool, quantidade de combustível liberada pela bomba inferior ao real e sonegação fiscal são as fraudes mais identificadas pelo CSQC. Já para o álcool, além da sonegação fiscal, o excesso de água é a adulteração mais comum.

De acordo com o professor do curso de Engenharia Mecânica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), José Antônio Velasquez, o combustível adulterado pode trazer diversos danos aos motores dos veículos e à natureza.

Fraudes

“Qualquer material adicionado no combustível causa a perda de desempenho, entupimento nas mangueiras, danos às borrachas de conexão do motor e, ainda, o aumento da emissão de poluentes produzida pelo veículo”, explica.

Denúncias

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) conta com o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis, onde locais irregulares são identificados por meio de ações conjuntas com o Procon e as polícias Civil e Federal. Os consumidores que se sentirem lesados pela compra de combustíveis adulterados podem fazer a denúncia para a ANP através do telefone 0800-970-0267.

* Se você tivar sugestões ou críticas escreva para o e-mail consumidor@oestadodoparana.com.br.