Fisioterapeutas querem negociar valor de procedimentos

O Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Paraná (Crefito-8) quer negociar um reajuste dos valores pagos pelos procedimentos realizados por convênio com planos de saúde. O conselho reivindica um aumento de pelo menos 150% para os procedimentos que, segundo o órgão, não são reajustados há mais de 15 anos.

De acordo com o presidente do Crefito-8, Pedro Beraldo, a defasagem dos valores pode inviabilizar a profissão no Paraná, onde atuam cerca de oito mil fisioterapeutas e mais de 500 terapeutas ocupacionais.

Segundo Beraldo, os planos de saúde pagam entre R$ 5 e R$ 7 por procedimento de fisioterapia, que duram em torno de uma hora. “A maioria dos planos paga valores inferiores ao que é repassado inclusive pelo SUS (Sistema Único de Saúde).”

Beraldo conta que muitos profissionais se vêem obrigados a cortar custos operacionais e rever práticas, como o atendimento individual, para sobreviver com a baixa remuneração. “Com esses valores, o fisioterapeuta não tem como justificar os investimentos aplicados na sua própria qualificação”, afirma.

Preocupado com a situação, o Crefito-8 realizou um estudo para levantar o reajuste necessário para cobrir os custos operacionais. De acordo com o órgão, os valores repassados deveriam estar entre R$ 15 e R$ 17 por procedimento.

“Isso seria o mínimo, apenas para ter um equilíbrio financeiro, que seria zerar custos operacionais das clínicas e arcar com os encargos dos profissionais”, afirma Beraldo.

O presidente do Crefito-8 ressalta que os planos de saúde têm reajustado anualmente suas respectivas mensalidades, porém não estariam repassando o reajuste proporcional para os fisioterapeutas.

Cerca de 90% dos procedimentos são realizados por meio dos planos de saúde. Menos de 5% deles são particulares. “Se esse percentual fosse de 50%, talvez equilibrasse a situação. Mas as pessoas estão cada vez mais migrando para os planos”, acrescenta.

Uma ação do Ministério Público do Trabalho agravou a situação. As clínicas não têm condição de registrar os profissionais, que são autônomos. De acordo com Beraldo, o Conselho encaminhou uma reivindicação para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para que ela propiciasse um amparo à categoria para negociar com os planos de saúde. “Defendemos que a população tenha respaldo de um profissional capacitado e um serviço qualificado, isso passa por uma remuneração justa”, afirma.

São cerca de 140 mil profissionais no País, que atuam prioritariamente na prevenção de doenças e em ações que melhoram a qualidade de vida da população.

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