FUTUROS INVESTIMENTOS

Fiep leva a Obama proposta de centro de excelência em energia

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, será o representante empresarial paranaense em reunião com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, neste sábado (19), em Brasília. Rocha Loures encontra Obama com a missão de tentar atrair recursos internacionais para o Estado.

A reunião faz parte da Cúpula Empresarial Brasil – EUA, promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para o encontro, a Fiep vai apresentar a proposta da construção de um centro de excelência em energia no Estado, aproveitando a “expertise” técnica e a vocação natural do Paraná para o setor.

De acordo com Rocha Loures, a ideia é aproveitar esta oportunidade para inserir o Paraná no cenário internacional de inovação tecnológica e construir uma via de mão dupla, capaz de atrair investimentos e competências de um lado e, do outro, compartilhar os conhecimentos em áreas em que o Estado tem grande experiência, a exemplo da energia proveniente da biomassa. “Os americanos vão fazer uma série de investimentos no Brasil e a Fiep está trabalhando para trazer boa parte destes investimentos para o Paraná”, afirmou o presidente da Fiep.

O argumento principal é o de buscar soluções para a produção de energia limpa que possa suprir as grandes demandas de um país como o Brasil. Para isso, o caminho é a diversificação da matriz energética, com uso de fontes renováveis de energia, como a eólica, a solar e a biomassa. Para a Fiep, a biomassa pode destacar o Paraná, que além de ser um centro de referência em bioprocesso, tem à disposição uma gama variada de fontes orgânicas de energia, como soja, capim-elefante e pinhão-manso.

Pesquisas da Plataforma Plenus, parceria entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) com o Sistema Fiep, vem sendo desenvolvidas buscando colocar à disposição da indústria inovações tecnológicas para a produção de energia sustentável, além de estudos que têm sido o investimento de instituições como Copel, Lactec, Itaipu e Furnas.

Segundo o diretor-executivo do Centro de Internacional de Inovação (C2i) da Fiep, Filipe Cassapo, a proposta central de diversas das pesquisas desenvolvidas é a busca pelo uso racional da energia. “Não se trata de usar menos energia, mas sim usar esta energia de maneira mais inteligente e sustentável”, analisa.

Automóvel do futuro

Outra perspectiva que desperta o interesse da indústria paranaense na área da energia refere-se ao carro híbrido, que alia ao motor de combustão um motor elétrico. Na opinião do coordenador do departamento de energia da Fiep, Frederico Reichmann Neto, o carro flex (bicombustível) está próximo do fim do seu ciclo de vida.

A vinda da comitiva norte-americana seria uma grande oportunidade de construir relações comerciais para a introdução dos automóveis híbridos na frota brasileira, na opinião da Fiep. Dessa forma, o Paraná, que hoje é o segundo maior polo automobilístico do país, seria o lugar ideal para iniciar este processo. “Teremos que ‘tropicalizar’ esta tecnologia, para adaptá-la à realidade brasileira.”, defende Reichmann Neto.