Bolso Inteligente

Ficar atento às tarifas do banco rende economia de até mil reais

Não chega a 20 o número de consumidores que procuraram o Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PR) neste ano por conta das tarifas bancárias. Em 2013, o total de registros sobre esse assunto não completou cem. E a explicação para isso está longe de ser a prática de tarifas justas para os correntistas, que já representam mais da metade da população brasileira.

O que falta é interesse pelo próprio dinheiro e principalmente pelo que se está pagando ao manter uma conta bancária. Dependendo do caso, dá para economizar mais de R$ 1 mil por ano em tarifas, ajustando os serviços ao que realmente é utilizado.

O Conselho Monetário Nacional e o Banco Central iniciaram entre os anos de 2007 e 2008 um trabalho para tentar uniformizar e dar mais transparências aos pacotes bancários, que foram padronizados em quatro modalidades (veja os quadros).

Paga mas não usa

Ciciro Back
Jean: “Vou encerrar a conta”.

Mesmo assim, associações de consumidores como a Proteste desde o início alertaram para o mesmo problema: o consumidor pagar por algo que não utiliza. “A situação não mudou, pois o consumidor continua não sendo devidamente informado sobre o que está contratando e, em muitos casos, os serviços avulsos, acabam sendo mais econômicos dos os pacotes padronizados”, ressalta a coordenadora institucional da entidade, Maria Inês Dolci.

Paciência

Segundo Maria Inês, infelizmente não há uma receita pronta, cabe a cada correntista reservar um tempo para verificar item por item do pacote contratado e dos serviços realmente utilizados por ele, a fim de buscar junto ao gerente as condições mais interessantes.

“Nesse exercício tem gente que consegue economizar mais de R$ 1 mil por ano em tarifas. Só que é necessário acompanhar constantemente, pois as instituições acabam mudando unilateralmente os pacotes com o passar do tempo”, orienta.

Correntistas têm que ficar atentos

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Débora: “Nunca questionei”.

Independentemente do banco ou da profissão do correntista, a falta de controle sobre tais descontos é regra. As atendentes de cobrança Ana Cristina Ribas e Paula Hadassa Dantas não conseguem afirmar com precisão tudo que é descontado em suas contas, ambas no HSBC. “Vou começar a prestar atenção”, afirmou Ana Cristina, quando soube que um DOC, por exemplo, custa em média R$ 15,80.

A assistente comercial Débora Cristina Cavalcanti revela que é correntista em três bancos, Bradesco, Caixa e Itaú, onde tem conta conjunta com o marido. “Sei que o Bradesco ainda é uma conta universitária, que não tem taxa, mas no Itaú vão R$ 17 todo mês, mas nunca tentei questionar porque é o banco do financiamento da casa. Na Caixa acho que não tem desconto”, relata.

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Ana Cristina não sabe quanto gasta: “Vou começar a prestar atenção”.

Atitude

Até mesmo quem começa a observar a diferença de taxas praticadas entre os bancos, ainda demora para tomar uma atitude. É o caso d,o executivo de contas Jean Silva. Há sete anos cliente do Bradesco, ele não se conforma com os R$ 40 descontados mensalmente da sua conta. “No Itaú eu sou isento e já tentei negociar com o meu gerente do Bradesco, mas não teve jeito. Agora vou encerrar a conta”, afirma.

Resta saber quanto de dinheiro foi embora ao longo desses anos a espera dessa decisão. Em um ano, eles desembolsou R$ 480 em tarifas.