FGV: retomada econômica virá com Serra ou com Lula

Estudo da FGV com cenários de política e economia para planejamento empresarial e análise de risco, divulgado hoje na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, considera que a retomada econômica do País virá no primeiro trimestre de 2003 caso o candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) vença as eleições presidenciais. A retomada econômica viria no terceiro ou quarto trimestre de 2003  caso o vencedor seja Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os demais presidenciáveis não fizeram parte do estudo.

Para qualquer um dos dois candidatos que vencer o pleito presidencial, o cenário de horizonte de 1 ano, prevê 73 mil nomeações e ampla coalizão e ajustamento do choque financeiro de forma prolongada. Caso Lula vença as eleições, há expectativa de um declínio de percepção de risco internacional até o segundo ou terceiro trimestre de 2003; se for vencido o pleito por Serra, a diminuição de percepção de risco ocorreria no quarto trimestre de 2002.

De acordo com Kurt von Mettenheim, professor da FGV, o candidato governista, vencendo as eleições, formaria uma coalizão envolvendo PSDB, PMDB, PTB e PFL para governar ?em ambiente mais favorável?. A vitória de Lula levaria a uma coalizão entre PPT, PL, PSB, PPS, PDT, PSDB e PMDB. Mettenheim afirma que no momento está havendo uma superestimação do risco Brasil, do risco político, do risco de default (moratória brasileira) e da crise econômica. O professor acredita que a transição de governo será ?bancada? pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e com a coalizão ampla de partidos.

Em relação aos atos do atual governo, Mettenheim disse esperar que seja votado o orçamento de 2003, reformas tributárias graduais, em vez de pacotes ?dramáticos?, e contar com os US$ 30 bilhões do FMI para garantir a transição e recuperar a confiança dos investidores. Para ele, atualmente os analistas superestimam tanto a certeza de vitória da oposição como as implicações de ruptura política. Ele observa que há pesquisas que sugerem que haverá segundo turno entre Serra e Lula. O professor afirma, também que os analistas subestimam a capacidade produtiva do País de se ajustar sem uma recessão prolongada ou uma crise econômica, como a dos vizinhos do Mercosul – Argentina e Uruguai.

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