FGV: produtos agrícolas e industriais puxam IGP-M

Aumentos mais intensos nos preços de matérias-primas (commodities) agrícolas e industriais no atacado levaram à taxa maior da primeira prévia do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de fevereiro, que subiu 0,66% após avançar 0,42% em igual prévia em janeiro. Segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, o avanço da inflação do atacado (de 0,40% para 0,76%), que comandou a aceleração da primeira prévia deste mês, sofreu o impacto de aumentos expressivos em milho em grão (7,69%); minério de ferro (5,65%); e algodão em caroço (14,20%).

Enquanto o minério de ferro mais caro sofre com a influência do aumento promovido pela Vale, que promove reajustes em caráter trimestral no preço do produto, com base nas oscilações do mercado internacional, as duas commodities agrícolas passam por um movimento de alta no cenário internacional, o que eleva preços no mercado doméstico. “Dentro do atacado não existe um movimento generalizado de altas de preços. Temos alguns produtos que estão com os preços em alta, mas também há outros itens em queda ou em desaceleração”, acrescentou o especialista.

A FGV apurou que, das cinco principais quedas entre os preços pesquisados no atacado, na primeira prévia de fevereiro, todas são originadas do setor de alimentação – com destaque para bovinos, que têm grande peso na formação da inflação atacadista e passa agora por um movimento de intensificação de deflação (de -3,15% para -9,91%). Isso, segundo Quadros, ajudou a conter, em parte, o avanço da inflação no atacado, que poderia ter sido mais intenso na primeira prévia de fevereiro.

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