O Ministério da Fazenda prevê na nova edição do boletim Economia Brasileira em Perspectiva, divulgada hoje, que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará 2010 próximo de 5%. A estimativa da Fazenda está bem mais otimista do que a do mercado financeiro, que trabalha com inflação na casa de 5,6% este ano.
O documento destaca que a alta da inflação nos primeiros meses do ano decorreu das pressões dos alimentos, por conta do excesso de chuvas, e também por reajustes sazonais de educação, tarifas públicas e combustíveis, além de correção de preços em despesas pessoais.
Mas a Fazenda ressalta que o choque dos alimentos já está se dissipando e levando a um recuo do IPCA, que ficou evidenciado em abril. “O recuo da inflação de alimentos, já sinalizado nos últimos indicadores de inflação, tende a determinar a redução da inflação ao consumidor nos próximos resultados do IPCA, ainda que no cenário de forte expansão da atividade econômica”, salienta o documento.
Crédito
A Fazenda prevê que o estoque de crédito na economia brasileira deve chegar a 49% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o boletim. “A estabilidade da economia tem levado a forte expansão na oferta de crédito. Estimativas de crescimento médio de 20% nos volumes desembolsados podem elevar o estoque ao patamar recorde de 49% do PIB e financiar o setor produtivo e o consumo em 2010”, diz o documento. “O crédito elevado juntamente com o aumento do emprego colocam o mercado interno brasileiro como o carro-chefe do crescimento da economia nos próximos anos”, acrescenta a Fazenda.
O documento destaca que as taxas de juros nominais e reais atingiram em 2009 os níveis mais baixos da década, sinalizando que é possível ter juros baixos com inflação sob controle. Mas o trabalho destaca que a tendência agora para a taxa de juros real é de alta.