Faturamento do varejo na RMSP cai 7,3% em março

O faturamento do comércio da região metropolitana de São Paulo cresceu 4,9% em março em relação a fevereiro e somou R$ 8,5 bilhões. Mas se comparado a março de 2010, o faturamento do varejo caiu 7,3%, ou o equivalente a R$ 660 milhões a menos, de acordo com dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (e-PCCV), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), em parceria com a e-bit.

No primeiro trimestre de 2011, houve crescimento real de 1,5% do faturamento, resultado 3,5 pontos porcentuais menor do que o esperado.

Segundo a Fecomercio-SP, ao contrário do visto nos últimos meses, quando todos os setores do comércio registraram expansão, o segmento de Comércio Eletrônico foi o único que apresentou alta do faturamento em relação a março de 2010: 13,8%. A queda mais expressiva foi a registrada pelo setor de Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos, cujo faturamento foi 25,7% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Em nota, a Fecomercio-SP destacou como um dos fatores que influenciaram o faturamento em março o carnaval, que reduziu o número de dias úteis e, portanto, os negócios, além de ampliar o consumo em outros locais que não a região metropolitana, já que muitas famílias viajaram.

Mas o principal fator é a base de comparação. “Março de 2010 foi o último mês para comprar bens duráveis com os estímulos fiscais oferecidos pelo governo para combater a crise de 2009 e, com isso, houve um crescimento de 11,3% no nível de vendas. Um resultado atípico que fez com que março registrasse o segundo melhor resultado daquele ano”, diz a entidade.

O início dos efeitos das medidas de restrição ao crédito, adotadas pelo governo desde o fim do ano passado, também deve ser considerado, afirma a Fecomercio-SP. “Em março, os juros permaneceram em patamares elevados e os prazos para financiamento encurtaram. Adicionalmente, houve uma retração no número de famílias endividadas em São Paulo, o que indica que parte dos empréstimos tomados foi utilizada para o pagamento de outras dívidas e não para o consumo”, completa a entidade.

A assessoria técnica da Fecomercio-SP informa ainda que “não é possível afirmar se a desaceleração no nível de consumo foi um fato isolado ou a antecipação de um movimento que só era esperado para o segundo semestre do ano”.

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