Faltam recursos para a agricultura familiar

O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, está solicitando ao governo federal a liberação de mais recursos para atender os pequenos agricultores, na safra 2004/05. Através de ofícios encaminhados aos ministros da Fazenda, Antonio Palocci, do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, e ao presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb Lima, Pessuti explicou que os recursos disponíveis no Banco do Brasil não são suficientes para atender todos os agricultores familiares interessados em fazer financiamento através do Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.

“Em nosso Estado, que tem mais de 300 mil estabelecimentos rurais familiares, o Pronaf é de vital importância, tanto para a melhoria da produção e da renda, como para a geração e manutenção de empregos, constituindo-se em decisivo instrumento de promoção do desenvolvimento rural”, ressaltou o secretário.

Em seu ofício, Pessuti lembrou o compromisso assumido e amplamente divulgado pelo presidente Lula, em junho passado, quando do lançamento do plano Safra 2004/05, de que, se necessário, mais recursos seriam disponibilizados, pois não admitiria a falta de dinheiro para a agricultura familiar.

O secretário ressaltou ainda que os recursos disponíveis hoje no Banco do Brasil não chegam perto dos R$ 700 milhões, valor anunciado para o Paraná. “Estamos iniciando o plantio da safra de verão e os agricultores familiares paranaenses não encontram nos agentes financeiros, principalmente no BB, recursos suficientes para suas reprimidas demandas de crédito”, lamentou o secretário.

No Paraná, entre julho de 2003 e junho de 2004, foram contratadas 130 mil operações com uma aplicação de R$ 550 milhões e, para essa próxima safra, o número de agricultores interessados em contrair empréstimos do Pronaf pode chegar a 150 mil. Segundo o secretário Pessuti, o Paraná precisa urgentemente da alocação adicional de pelo menos R$ 102 milhões para esse segundo semestre de 2004, sendo R$ 67 milhões para o custeio e R$ 35 milhões para investimento, motivo que o levou a pedir a equalização dos recursos, de forma a permitir que o Banco do Brasil possa atender adequadamente à demanda existente.

Outra entidade que está reclamando da falta de recursos é a Fetaep – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná. Ontem, o diretor de política agrícola da entidade, Mário Plefk, dizia querer ouvir do secretário Nacional do Pronaf, Valter Bianchini, porque novos empréstimos para a agricultura familiar dentro do Pronaf não estão sendo realizados. Segundo ele, o Banco do Brasil não tem os recursos para financiar novos pedidos, ao contrário do que diz a propaganda do governo.

O secretário Bianchini -que esteve ontem na editora O Estado do Paraná – reconheceu que “há problemas” e que “nem todo mundo será atendido”. Garantiu que ainda hoje vai fazer reuniões ministeriais em Brasília para buscar uma solução. Reafirmou que até o final desta semana ou início da próxima, haverá novidades.

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